O estudante de Arquitetura Diego Vieira Machado, de 24 anos, foi assassinado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, Zona Norte da cidade, na tarde de sábado (2). O corpo do jovem tinha marcas de espancamento e o rosto estava desfigurado. Para os amigos dele, o crime teve motivação homofóbica. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital. Diego morava no alojamento universitário da UFRJ. Amigos disseram que ele saiu para correr no campus ao meio-dia, mas não retornou. Às 18h, seu corpo foi achado à s margens da Baía de Guanabara.
Vestia a camiseta com a qual saiu de casa, mas estava sem a bermuda. Titular da Divisão de Homicídios do Rio, o delegado Fábio Cardoso afirmou que uma das linhas de investigação mais consistentes indicam crime de homofobia. As equipes da DH que estiveram no local, verificaram que ele era homossexual e vinha recebendo ameaças homofóbicas e racistas. O corpo foi encontrado sem calça, apenas com camisa. Ele teria sido abordado no campus e agredido na cabeça. Está sendo feita a necropsia. É um crime covarde e cruel, que precisa de uma resposta rápida, explicou Cardoso.
Órfão de pai e mãe, mortos num acidente de carro em 2014, no Pará, Diego foi  para o Rio estudar Letras. Recentemente, pediu transferência para o curso de Arquitetura. Morava sozinho num quarto pequeno e já havia manifestado a intenção de deixar o alojamento. Ele vinha enfrentando problemas de relacionamento com colegas. Teve um pandeiro roubado e, em outra ocasião, encontrou seu saxofone quebrado. Ele era teimoso, muito briguento. Mas só reagia aos ataques raciais e homofóbicos que sofria, contou a estudante de Comunicação Pérola Gonçalves, 22, amiga de Machado.
Aqui o clima é pesado. A infraestrutura precária do prédio contribui, disse ela. O Diretório Central dos Estudantes da UFRJ Mário Prata, se manifestou no Facebook, É um momento muito duro para todos e todas estudantes da UFRJ. Um de nós se foi. Não podemos deixar de denunciar a falta de segurança, a situação de vulnerabilidade e violações de direitos que os moradores do alojamento estão submetidos diariamente. Precisamos de mais segurança! Segurança para podermos circular no campus sem o medo de ter não apenas nossos pertences furtados, mas nossos corpos e vidas violentadas. A UFRJ informou que vai investigar o caso. O corpo deve seguir para Ananindeua (PA), onde vive o irmão de Diego.
A reitoria da UFRJ divulgou nota de pesar. A Reitoria se junta aos amigos e familiares do estudante neste momento de dor, e informa que acompanhará de perto as investigações sobre o caso junto à s autoridades policiais. A família de Diego, residente no Pará, foi informada pela Reitoria sobre seu falecimento neste sábado, 2 de julho. Informações sobre o local e horário do sepultamento ainda não foram divulgadas.
*Com informações da Agência Brasil