O estudante carioca Paulo Rodrigues, de 21 anos, viu a campanha de uma grande loja de departamentos indicando que teria roupas “sem classificação de gênero”. Mas, ao tentar provar uma saia da coleção se deparou com preconceito e homofobia. Seu desabafo, pelo Facebook, recebeu mais de 130 mil curtidas.
“O conceito de roupa sem gênero dessa loja logo foi quebrado dentro da próprio estabelecimento na qual as roupas, essas que seriam ageneras, ainda são separadas e ditas como masculinas ou femininas. Ao criar uma coleção de roupas que deveriam na pratica poder ser usadas por ambos os sexos sem padronização de gênero requer mais esforços do que criar roupas cinzas ou sem estampas ou com outras cores neutras. Gênero não se designa por cor e muito menos por um pedaço de pano que vou por sobre meu corpo”, disse o estudante que ele preferiu não citar na postagem de forma explícita qual seria a loja.
Paulo relatou que se deparou com a discriminação em diversos momentos da sua passagem pelo estabelecimento. “Agradeço as moças que estavam do meu lado e que riram de mim quando me viram pegando roupas pra experimentar. Agradeço ao Sr. de terno e gravata que fez um sinal de reprovação com a cabeça quando me viu colocando essas mesma roupas na sacola.Obrigado ao funcionário do provador que fez questão de me perguntar DUAS vezes, dando mais ênfase na segunda, se eu realmente iria experimentar aquela peça de roupa”, enfatizou.
Mas, para ainda termos esperança na humanidade, ele fez um agradecimento especial: “Meu obrigado maior vai pra uma menina de no máximo doze anos que estava na porta do provador e perguntou ao atendente, ao ouvir o interrogatório dele, qual era o problema de eu experimentar a roupa que eu quisesse já que eu pagaria por ela caso gostasse”.