Nos últimos cinco anos, o mundo tem falhado em reduzir o número de transmissões do vírus HIV e alguns países tiveram, inclusive, aumento de novos casos. Foi o que mostrou o relatório divulgado ontem pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids. Novos casos de infecção por HIV em adultos e crianças haviam sido reduzidos em 40% no mundo desde o pico da epidemia de Aids em 1997.
Entre 2010 e 2015, entretanto, os números entre adultos se estagnaram e, em algumas regiões do planeta, voltaram a subir. No Brasil, por exemplo, o número anual de novas infecções subiu de 43 mil, em 2010, para 44 mil, em 2015. No Leste Europeu e à sia Central, por exemplo, o número de novas infecções entre adultos cresceu 57% no período. O Caribe registrou um aumento de 9%; já o Oriente Médio e o norte da à frica viram um aumento de 4%.
Na América Latina, o crescimento nesse período foi de 2%. Nos últimos cinco anos, houve apenas discretos declínios de novos casos na Europa Ocidental e Central, na América do Norte e na à frica Central e Ocidental. Estamos soando o alarme, avaliou o diretor executivo da entidade, Michel Sidibé. O poder da prevenção não está sendo levado em consideração. Se há um ressurgimento de novas infecções por HIV agora, a epidemia se tornará impossível de ser controlada. O mundo precisa agir de forma urgente e imediata para fechar lacunas na prevenção, disse.
A epidemia de Aids, segundo as Nações Unidas, apresentou grande impacto na população global ao longo dos últimos 35 anos. Desde os primeiros casos, 35 milhões de pessoas morreram por doenças correlacionadas e cerca de 78 milhões foram infectadas pelo HIV. Segundo o relatório, em 2015 havia 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo. Só no Brasil, 830 mil pessoas viviam com HIV em 2015.
Esse número era de 700 mil em 2010. Ainda segundo o documento, cerca de 1,1 milhão de pessoas morreram em decorrência da Aids em 2015: um milhão de adultos e 110 mil crianças. A Unaids estabeleceu metas para acabar com a epidemia de HIV em 2030. Isso não significa eliminar todos os casos de infecção, mas que ela passe a ser uma doença controlada.
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