Quase um ano depois de lançar o álbum Coração, o cantor pernambucano Johnny Hooker volta a Salvador para apresentar o show da turnê. A última vez que esteve na cidade foi em dezembro, como atração do Festival Combina MPB. “Salvador sempre abraça muito meu trabalho, porque na essência do meu trabalho tem o Nordeste”, constata.

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Fruto de uma separação amorosa e de uma depressão, Coração é um trabalho entregue e, por isso, tem recebido a mesma resposta do público. “A turnê tem sido extremamente gratificante”, derrete-se. O show de estreia foi no dia do aniversário do cantor, em uma apresentação grátis em Recife. Depois passou pelo Rock in Rio em um “show histórico para mim”.

Além disso, teve a música Flutua (com Liniker) premiada na categoria Clipe do Ano da MTV MIAW – o vídeo foi dirigido pelo baiano Ricardo Spencer e conta com as atuações de Jesuíta Barbosa e Maurício Destri. Romântico inveterado e assumido, ele promete dor de cotovelo, mas também uma celebração a todas as formas de amor às vésperas do Dia dos Namorados.

Confira bate-papo com o CORREIO:

O álbum Coração foi lançado há quase um ano e, agora, você finalmente traz o show a Salvador. Como foi esse ano de trabalho e o que espera da apresentação por aqui?
Coração foi um grande presente para mim, porque eu estava passando por um momento muito difícil. A resposta não poderia ser mais bonita. Se tornou uma coisa gogante! A estreia foi no dia do meu aniversário, em Recife, num show para 20 mil pessos. Depois passamos pelo Rock in Rio, em um show histórico na minha vida. Há pouco tempo fomos premiados no MTV MIAW com o Clipe do Ano por Flutua, um grande presente. Então, toda resposta não poderia ser mais positiva. A turnê tem sido extremamente gratificante. Sempre recebo fotos de fãs mostrando tatuagens com os versos de Flutua e de Touro, também recebo depimentos de pessoas que resistiram e sobreviveram. A resposta tem sido de amor, igualdade, empatia.

E sobre a apresentação em Salvador, como espera que seja?
Salvador sempre abraça muito meu trabalho, porque na essência do meu trabalho tem o Nordeste e isso dialoga muito. Tanto Pernambuco quanto a Bahia são dois lugares multiculturais e de resistência. Sinto muita entrega e muito amor pelo meu trabalho aí e fico muito feliz. Há uma besteira de uma rixa entre Bahia e Pernambuco, mas isso é uma mentira, o que existe é uma irmandade.

O disco é bastante combativo, apesar de todo o sentimento ali colocado. Às vésperas do dia dos namorados, haverá espaço para o romantismo na apresentação?
Claro que tem! O show tem essa coisa combativa, mas eu sou um romântico inveterado. Eu sou muito entregue, não só à música, mas a toda essa conexão com o público. Sinto que no show o público se sente em um espaço seguro, blindado de toda coisa ruim que vem desse momento que a gente ta atravessando. É um respiro para o avanço do conservadorismo, o momento de celebrar todas as formas de amor, de expressão, de identidade. Celebração da vida perante esse momento sombrio que a gente atravessa no país. Eu tenho dito que se os namorados quiserem comemorar a data do Dia dos Namorados no show, será uma oportunidade maravilhosa.

Essa energia que você fala lhe emociona no palco?
Essa turnê tem me emocionado muito. Ela tem momento de muita resistência mesmo, as pessoas se abraçam, cantam juntas, choram…Vale lembrar que o Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo. Cada show é muito emocionante!

Serviço: Largo Tereza Batista, amanhã, às 21h. Ingressos: R$ 80 | R$ 40.