‘Todo mundo quer noivar com Fernandão’. Não, essa frase não é minha. Ela foi ouvida em uma roda essencialmente formada por heterossexuais apaixonados por futebol. O Fernandão em questão é José Fernando Viana de Santana, jogador de futebol nascido no Rio de Janeiro que completa 32 anos nesta quinta-feira (27) e que vem fazendo a alegria dos tricolores balançando as redes a favor do Bahia.
O sucesso do atacante de 1,92 está ultrapassando a barreira das quatro linhas e derrubando até alguns pequenos muros machistas. Num misto de devoção e tesão recolhido tem muito hetero ‘saindo do armário’ e se derretendo por Fernandão. “Que pernas, amigos!”, “Ele é um cavalão”, “Que homem, que homem”, “Por ele eu até virava viado (sic)”. Esses são comentários constantes que tenho ouvidos dos amigos heteros apaixonados por futebol que normalmente se restringem a falar das habilidades dentro de campo de seus atletas de coração. Mas, parece que as pernas e braços tatuados de Fernandão estão fazendo muita gente enxergar além do que se vê.
Mas Fernandão – que tem um estilo mais próximo do que chamamos de cafuçu – não está sozinho nesse momento de raro atenção dos amantes do futebol pelos atributos extracampo. Na retaguarda do tricolor o zagueiro tricolor Lucas Fonseca
(1,91 m e 86 kg) e o goleiro Douglas Friedrich (1,94 m e 88 kg).
Como bem diz minha irmã – cafuçu master apaixonada pelo Bahia – a devoção por Lucas é coisa antiga. “Ele chamou atenção por ser lindo desde a contratação e depois foi ganhando destaque nas conquistas de título e mostrou que não é só beleza”, define. Lucas faz um estilo mais com cara de bom moço, pernas depiladas e barba por fazer.
Douglas além um bom goleiro… ele é lindo. Para quem curte os boys loirinhos é uma boa pedida. Pela posição que ocupa em campo você já deve imaginar o tipo de trocadilho que está sendo feito com o rapaz.
Quando vi essa febre por esses três entre os heteros fiquei na dúvida se era só coisa de pessoas apaixonadas por futebol. Disparei a foto de Fernandão, Lucas Fonseca e Douglas Friedrich nos meus grupos das amigues gays. Foi sucesso imediato.
Fernandão foi disparado o campeão de votos, cantadas e desejos (muito além do noivado citado pelo amigo hetero que falei no início do texto). “É o tipo de homem que não serve só uma pessoa. Grandão assim ele alimenta uma família inteira”,brincou o desavisado que até cogitou ir até na Fonte Nova para ver o boy de perto, mas desistiu quando soube que ele era hetero e casado. O mesmo vale para Lucas e Douglas.
Além da tríade Fernandão, Lucas e Douglas há outros dois jogadores recém contratados que estão arrancando suspiros extra campo: Artur Victor e o Shaylon.
Eles têm tido um bom desempenho e nos últimos jogos vem sendo decisivos nas conquistas pelos 3 pontos especialmente nos jogos da Copa do Nordeste.
O mais impressionante dessa movimentação que tem acontecido – talvez resultado do melhor momento do tricolor em comparação ao Vitória – é que os homens heteros estão perdendo a vergonha de falar sobre a beleza dos homens. Tomara que isso seja um movimento contínuo para que o futebol seja menos machista e que não seja tabu um homem elogiar a beleza do outro. Que o vigor do futebol faça a heterosexualidade masculina ser menos frágil!