As drags Spadina Banks e Zélia Banks foram impedidas na manhã deste sábado (24) de entrar na MV Delicatessen, localizada na Rua Marquês de Caravelas na Barra, em Salvador. As duas, que haviam participado da festa Shantay, foram proibidas de acessar o estabelecimento por estarem vestidas com as roupas do espetáculo. Ou seja, com figurinos femininos.
A postura homofóbica, segundo Spadina, partiu do homem que seria dono do estabelecimento. “Após o show nós queríamos comer pois estávamos cansadas. Por volta das 6h e paramos para comer nesse lugar que sempre comemos mas eu nunca tinha ido lá montada como drag. Quando estacionamos o carro o dono estava na porta com os braços cruzados e falou que nós não poderíamos entrar porque estávamos montadas de drag”, explicou Spadina ao Me Salte.
Spadina, que estava também com Aimée Lumiére (que não estava vestida como drag), relata que não conseguiram sequer passar pela porta do estabelecimento. “O dono falou que vestidos assim como nós estávamos nós não poderíamos entrar. Aí ele apontou para Aimée Lumiére (que não estava montada) e falou que só poderíamos entrar se estivéssemos com roupas masculinas. Ele falou que vestidos como drags nós não poderíamos entrar”, completou a drag que denunciou o caso pelas redes sociais.
Revoltadas com o preconceito, as artistas registraram boletim de ocorrência na 14ª Delegacia (Barra), que investigará a denúncia de homofobia. O Me Salte ligou diversas vezes ao longo deste sábado para a delicatessen, mas nenhum responsável foi localizado para comentar o ato homofóbico ocorrido com as artistas.
Entenda:
Drag queen, segundo o Manual de Comunicação LGBT, significa: Homem que se veste com roupas femininas de forma satírica e extravagante para o exercício da profissão em shows e outros eventos. Uma drag queen não deixa de ser um tipo de “transformista” , pois o uso das roupas está ligado a questões artísticas – a diferença é que a produção necessariamente focaliza o humor, o exagero.
