Por Marcelo Cerqueira, presidente do GGB 

O site HOMOFOBIA MATA do Grupo Gay da Bahia (GGB), registrou de 1 de janeiro até 10 de abril um total de 126 crimes violentos praticados contra LGBTs no Brasil. Os dados da violência divulgados pelo site são reveladores de que o Brasil é um país culturalmente “insalubre” para viver a Diversidade LGBT. No Brasil de hoje não existe um clima social que instaure uma democracia sexual com foco na culturalidade que se instaura a partir do debate político em relação ao combate ao preconceito nas centrais de decisões políticas. 52% dos homicídios contra LGBT do mundo ocorrem no Brasil, campeão mundial desse genocídio.

Os dados da violência até 10 de abril revelam que a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida em nosso país. De acordo com o GGB esses dados têm cara, nome e sobrenome. São 47 gays, 26 lésbicas, 3 bissexuais, 31 travestis, 17 mulheres trans, 1 homem trans, 2 bissexuais todos vítimas do ódio que é a homofobia que mata indistintamente, como é o caso do registro de 2 heterossexuais assassinados apenas por se parecer confundidos com homossexual.

É absurdo que tio, pai, irmão não possam mais demonstrar afeto entre si, sem serem massacrados como se fossem gays. Um comportamento familiar natural, possa desestruturar a família por ser confundido com algo que é proibido.

Os dados do Grupo Gay da Bahia(GGB) são reveladores de que o combate a LGBTfobia não se refere apenas aos homossexuais e transexuais, mas a toda sociedade. Isso porque o movimento LGBT brasileiro não é uma movimento isolado, mas um braço de uma corrente humana composta por mulheres, sem teto, sem-terra, pornô-stars, jovens, vadias, blogegger, trans, youtubers, movimento essencialmente marcado pela presença feminina.

Mesmo que o movimento se fortaleça por meio dessas perspectivas, o debate junto a população LGBT ainda não é equânime, talvez pela diversidade das tribos e guetos urbanos. E mesmo que se divulgue que a cada 19hs um LGBT é assassinado no Brasil, isso não é motivo suficiente para sensibilizar toda a categoria que é diferencialmente impactada pelo preconceito.

O GGB acredita que para diminuir os estigmas, preconceitos e discriminações é fundamental e urgente que cada LGBT se reconheça enquanto tal, e mais ainda, reconheça que a proteção de cada um está na organização de todos. Em termos práticos, trata-se da relação com a vizinhança e a comunidade LGBT local, inclusive desenvolver relacionamento amistoso e solidário com a vizinhança e condôminos.

Soluções existem para erradicar tamanha mortandade: educação sexual nas escolas de todos os níveis; legislação punindo a homotransfobia com o mesmo rigor do crime racial; políticas públicas que garantam a segurança nos locais mais freqüentados pelos LGBT, além de campanhas educativas de empoderamento do segmento.

13 de abril de 2018

A cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida no Brasil, revela GGB

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