O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), eleito para seu terceiro mandato, vai desistir de assumir o cargo e deixar o Brasil. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo, que entrevistou o político baiano.
De férias fora do país, o parlamentar informou que não pretende retornar e seguirá com sua carreira acadêmica – ele é formado em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Ele fala também que as informações recentes de que o ex-PM que é suspeito de chefiar a milícia responsável pela morte de Marielle estaria ligado ao senador eleito Flávio Bolsonaro também influenciaram a decisão. “Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinetea esposa e a mãe do sicário”, diz. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, acredita.
Jean foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a levar questões da agenda LGBT ao Congresso Nacional. Nas redes sociais, ele é dos alvos preferenciais de grupos conservadores. Ele diz que a decisão não foi fácil e que ainda não sabe ao certo para onde vai, ironizando: “Eu acho que vou até dizer que vou para Cuba”.
O político fez uma publicação falando do tema. “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”.
Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ✊ https://t.co/Xy6SyDNXDy pic.twitter.com/Tf6SGmZFHq
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) 24 de janeiro de 2019