A nova gestora da Secretaria de Políticas para Mulheres, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) é evangélica e não concorda com a descriminalização do aborto. Fátima, que foi apresentada ontem, já se manifestou contra o procedimento inclusive em casos de estupro, o que é permitido por lei no Brasil desde 1984.Ela assume o cargo dias após o caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro, que motivou protestos de mulheres em todo o país.

A nova secretária é socióloga e foi deputada federal por 20 anos, de 1991 a 2011. Em entrevista à   editora Casa Publicadora das Assembleias de Deus, de acordo com o jornal Estadão, publicada três anos atrás, ela afirma que até 2002 defendia a descriminalização do aborto e não via a família como um projeto de Deus. Depois disso, porém, conheceu Jesus e passou a dizer que o direito de viver tem que ser dado para todos.

Brasília - A secretária nacional de políticas para as mulheres, Fátima Pelaes, e o Presidente interino, Michel Temer, participam de reunião com os secretários de Segurança Pública de todos os Estados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília – A secretária nacional de políticas para as mulheres, Fátima Pelaes, e o Presidente interino, Michel Temer, participam de reunião com os secretários de Segurança Pública de todos os Estados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em um relato proferido na Câmara durante discussão do Estatuto do Nascituro, em 2010, Pelaes contou que ela própria foi gerada a partir de um abuso que a mãe sofreu enquanto estava presa por crime passional. Hoje estou aqui podendo dizer que a vida começa na hora da concepção sim, afirmou, referindo-se ao fato de que, se sua mãe tivesse feito um aborto, ela não estaria aqui hoje. Sobre sua mudança de posicionamento, afirmou ter sido curada.

A ex-deputada, presidente do núcleo feminino do PMDB, foi escolhida pelo presidente em exercício, Michel Temer, após sugestão da bancada feminina da Câmara. Na gestão de Dilma Rousseff, a secretaria tinha status de ministério, mas atualmente está subordinada ao Ministério da Justiça e Cidadania.
*Com informações da Agência Brasil e Estadão

1 de junho de 2016

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