“Mandaram tirar a roupa”, diz cantora da Banda Uó após ser trancada em sala com seguranças de aeroporto do RJ

A apresentadora, cantora e vocalista da Banda Uó, Candy Melody, usou as suas redes sociais na manhã deste domingo (04) para fazer uma denúncia contra agentes do Aeroporto Internacional Tom Jobim,  no Rio de Janeiro. De acordo com a artista, enquanto se preparava para realizar uma viagem a Brasília, onde realizaria o último show da banda que vai fazer uma pausa na carreira, os funcionários do aeroporto mantiveram Melody detida por conta de seus documentos: “Meio que detida no Galeão, dois caras queriam me revistar porque meu documento estava no masculino”, disse que se se tornou a primeira mulher trans a protagonizar a campanha Outubro Rosa da Avon.

“Eles não vão tocar em mim, eles trancaram a porta de uma cabine, mandaram eu tirar a roupa, eu não vou cooperar com isso. Não é piada, gente, é verdade (…)”, declarou a apresentadora do Estação Plural, programa voltada à comunidade LGBT da TV Brasil.

Minutos depois das primeiras gravações que fez pelos stories do Instagram ela gravou outras mensagens dizendo que acabou sendo revistada pelos seguranças homens antes de embarcar.  “No final acabei sendo revistada, mas em público porque eu queria que as pessoas vissem um homem tocando o corpo de uma mulher(…) Fiquei sem camisa com os seios de fora. essa foi minha forma de gritar”, afirmou a cantora que afirmou que ‘vai tomar as providências dentro da lei’.

Em contato com o Me Salte, nesta terça-feira (06), o aeroporto RIOgaleão informou que o procedimento de inspeção de segurança é ditado por normas da ANAC (RBAC 107.121 – Resolução 207). “Tal procedimento é realizado indistintamente em todos os passageiros com intuito de garantir a segurança da Aviação Civil. Quando o acionamento aleatório automático ocorre, como foi o caso da cantora, qualquer passageiro passa por busca pessoal realizada por um agente do mesmo sexo, em uma sala reservada ou em público, à escolha do viajante. Como o bilhete que a cantora apresentou constava nome masculino, houve o entendimento que um agente deveria fazer a revista. O RIOgaleão reforça que reprova qualquer forma de preconceito, zela pelo respeito a todos e pelo cumprimento da legislação”, destacou o aeroporto.