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Um viado nas Muquiranas: foram sete horas de insultos homofóbicos, tapas na bunda e até cantada

O termômetro na avenida marcava 32 °C. O vestido azul cintilante, inspirado em Alice no País das Maravilhas, trazia um decote generoso e sensual nas costas, mas o leque se tornou imprescindível para as 13h no Campo Grande. Enquanto me abanava, os olhares miravam a tiara ‘Sou viado. E daí?’ que eu usava. Alguns desviavam o olhar, outros baixavam a cabeça, poucos riam.

Eu estava no clima. Na segunda-feira de Carnaval (24), dia que desfilei, o próprio cantor Márcio Victor, da banda Psirico, gritou ao microfone: “Quem é o mais viado aí hoje? E quem tem a maior rola?”. O culto ao pênis chama atenção dentro do bloco. Afinal, são tantos machos ali juntos, com suas pistolas cheias e prontas para sacanear quem passe na frente. Eu não adotei o artefato e segui.

O silêncio no chão, no entanto, durou pouco – até o primeiro sussurro no meu ouvido: “Se é viado mesmo, gosta disso, né?”, disse o senhorzinho grisalho ao segurar um pênis de borracha e roçar na minha cara. Foi o primeiro insulto homofóbico que ouvi e senti ao desfilar junto aos outros 2 mil foliões d’As Muquiranas, primeiro a ter homens vestidos com ‘roupas femininas’ no Carnaval de Salvador.

Fundado em 1965, o bloco esse ano se comprometeu a divulgar campanha de prevenção e combate à violência contra a mulher e população LGBTQIA+ durante o Carnaval 2020. Panfletos educativos, banners e outdoors foram espalhados pela cidade, após a assinatura, em fevereiro, de um termo de compromisso com o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Me vesti de acordo com a proposta do bloco para ver de perto como é ser um gay assumido (com plaquinha de identificação e tudo) na agremiação costumeiramente associada a homofobia e ao machismo – ano passado, a #carnavalsemmuquiranas ganhou força após reclamações de foliões ao MP-BA da conduta agressiva de alguns de seus membros e relatos de importunação sexual nas redes sociais.

Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Eles não mudaram muito. O ambiente do bloco é, em geral, tóxico para um homem gay assumido – que, a bem da verdade, – passa despercebido. Encontrei, inclusive, Tauana*, uma travesti que desfila ali desde jovem. Ela mora fora do país e tem no bloco a única forma de se conectar com primos e tios que moram na Cidade Baixa já que todos saem no bloco.

Nas sete horas que os acompanhei – da concentração até a Praça Castro Alves – me senti sufocado diante daquele comportamento (disfarçado de brincadeiras) com os gays – quando um passava perto dos associados logo vinha um grito: “Ê vem elas ali”. Na corda do bloco, boa parte das Muquiranas não se constrange em adotar comportamentos que são crime, como assédio e importunação sexual. ‘Vestidos de mulher’, eles acham que podem tudo.

Fiquei mais tranquilo quando encontrei Miguel*, gay, 39 anos, que desfila com parentes no bloco desde os 19. Não assumido para a família, Miguel me relatou que se incomoda com o comportamento dos amigos, mas que não tem coragem de intervir e, por vezes, acaba reproduzindo as atitudes.

Não posso negar que fiquei impressionado com o ‘clima familiar’ – especialmente dos mais velhos. Um deles, por exemplo, quando a parte de cima do meu vestido abriu, gentilmente, colocou a mão nos meus ombros e fechou.

Em outro momento, quando meu tênis desamarrou, um grupo fez uma rodinha para que eu pudesse refazer o laço. Quando alguns associados começaram a molhar idosos do abrigo Dom Pedro II, no Campo Grande, foram repreendidos por dois senhores usando o vestidinho azul curto.

Há espaço para uma paquera mais elegante no bloco. Recebi um cartão de uma ‘Alice’ com o contato telefônico acompanhado de um elogio. Tudo ‘discreto’. Me senti lisonjeado e percebi que nem tudo está perdido. Até a próxima ‘brincadeira’…

Para qualquer ato falho, vinha a frase “você é viado?”. Um dos associados do bloco, por exemplo, no momento do aperto da corda começou a me acariciar, dizer palavras de baixo calão ao meu ouvido e roçar um vibrador nas minhas pernas – ressaltando que, por ser gay, deveria me submeter aos seus desejos.

Além dele, fui apalpado por cinco associados. Dois bateram na minha bunda de forma sexualizada. Tudo de forma sutil até porque percebi que há muitos gays que não são assumidos, mas que desfilam na agremiação. É o caso de Maurício Novaes, 39 anos, cabeleireiro. Ele relativiza as ofensas homofóbicas e diz que tem sempre conversado com seus amigos sobre esse comportamento.

A ode ao pênis tem a mesma proporção da paixão deles pelas pistolas d’água – marca registrada e irritante. Ninguém – inclusive os associados – passa incólume a esse fetiche das Muquiranas. Vale pela ludicidade da situação? Sim, desde que seja consentido. Aí é que mora o problema. As muquiranas não têm limites. Em um intervalo de uma hora de apresentação Márcio Victor pediu cinco vezes para que eles não jogassem água no trio.

Em vão. Em resposta o cantor era chamado, adivinhe leitor, de ‘viado’.

Honestamente, falta educação doméstica para muitos associados do bloco. Há um comportamento infantilizado nas reações gerais: sobem em banheiros químicos, se penduram em árvores, praticáveis e até telhados só para molhar os outros. Mas isso é Carnaval, diriam os telespectadores foliões.

Observei três mulheres entrarem no bloco – para atravessar de um lado a outro da avenida. Cada uma levou tapas na bunda de cinco homens diferentes. Foram molhadas e ‘paqueradas’ de forma agressiva.

Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Como gay eu sempre me sinto vulnerável no Carnaval. Ando com brilho, short curto e escolho sempre os locais certos de ir para tentar reduzir o risco de violência. É estratégia de sobrevivência. Mas tive um ‘salvo-conduto’ de um dia. Mesmo levando na cabeça a tiara assumindo que era viado percebi que na verdade ‘ser muquirana’ é algo que me protegia de ataques à orientação sexual e da violência.

Por um dia ‘me tornei um deles’. Me senti seguro. Até o mototáxi deu desconto ‘para Muquirana é R$ 20”. A moto quebrou no meio da Garibaldi numa rua escura e não tive medo. Se eu estivesse vestido de mim mesmo certamente teria. Senti na pele que ‘ser muquirana’ é um status – pelo bem e pelo mal – no Carnaval.

*nomes foram omitidos a pedido dos entrevistados

** A fantasia usada pelo jornalista foi cedida pelo bloco

*O CORREIO Folia tem o patrocínio do Hapvida, Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio do Salvador Bahia Airports e Claro.

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

39 Comentários

  1. Luana disse:

    É um bloco bonito , irreverente, super animado mais sem limites. Alguns associados abusam da liberdade, são inconvenientes. Não respeitam as mulheres é acham que podem tudo por que estão vestidos de mulher. É ainda tem a pistola, que além de ser usada para molhar os outros foliões, alguns usam urina para enche-las. A arma tb é usada para tocar as partes íntimas quando as mulheres passam por eles, numa total falta de respeito.

    • Francisca Vilma de Lima disse:

      Muito bom esse depoimento . Tenho uma filha trans e muita gente acha que não há tanto risco para ela . Entretanto ela tem fobia de lugares com muita gente .

    • Gil disse:

      Perfeito! Realmente você se senti um pouco mais protegido, principalmente devido a violência que cresce a dada dia mais no carnaval baiano.
      Sou muquiranas e só uso as armas para me “defender” das crianças que no circuito nos molham o tempo todo. Não molho as mulheres se não eu espanto qualquer possibilidade de paquera.

    • Jaqueline disse:

      Diferentemente dos filhos de gandhy
      Que é outro nível!
      As mulheres que importunam eles kkkk

  2. Josi disse:

    Que reportagem maravilhosa!

  3. Wellington disse:

    o cara é viado mesmo, não deveria se importunar, carnaval no bloco das muquiranas é isso ai brincadeiras, assédio e muito mais, os integrantes são chamados de baitolas, gazelas, viados e muitos sõ homens e não ligam, pois sabem que não são, agora o cara é “Gay” assumido se importunou de ser chamado de viado?, toma vergonha na cara e vai procurar o seu bloco ou então só saia na parada Gay, Com essa moda agora de achar que tudo é homofobia, os hipócritas da imprensa sensacionalista vão propor o fim dos blocos travestidos.

    • Jaqueline rocha disse:

      Vc é retardado??!

    • Ires disse:

      Q comentário raso, preconcetuoso e idiota. Ninguém tem o direito de ofender ou violar o corpo de ninguém e isto independe de ser carnaval ou da orientação sexual de cada um. Melhore!

      • Irusca Nascimento Nogueira disse:

        Nossa confesso que ao te ver no vídeo me senti apreensiva pois realmente é um ato de resistência e coragem sair em meio a este bloco. Parabéns pelo ato de mostrar através dessa tiara toda uma liberdade de expressão de ser quem vc é!!!

    • Nalva disse:

      O ideal, alias, a HOMBRIDADE, seria RESPEITO, afinal, cada qual faz o que quer da sua vida.
      Outra coisa, quem paga as contas deles?
      Vc deve estar é com inveja deles ( os gays), afinal creio serem mais machos q vc hehe

    • Santana disse:

      Querido pelo visto vc não tem cérebro, com certeza o suco gástrico produzido pelo estômago corroeu os últimos 10% do seu cérebro, vc é preconceituoso Sim! Esse discurso seu sem fundamento é que faz com que pessoas como vc que vive na caverna venha cometer um crime de homofobia, pense na sua mãe, vc aceitaria que ela recebesse tapas na bunda, se seu filho for ou fosse gay vc como pai gostaria que ele sofresse homofobia? Melhores querido , volte para escola e vá lê Michael Foucault.

    • Ander disse:

      Você tem que ser abduzido…….seu merda….. aposto que deve bater até na mãe…

  4. Herivelton Santana disse:

    Ótima matéria , sou hetero e respeito o cidadão independente da sua orientação sexual, pois o ser humano tem que ser respeitado independente, pois a atitude de desrespeito denota falta de educação, concordo plenamente com sua denuncia em relação aos abusos e assédioe sofridos pelos homossexuais e mulheres inclusive em relação a pistola de água . comportamento abusivo disfarçado de brincadeira,

    • milton disse:

      pois é hj em dia vc passa bela barra nao querendo ofender niguem entra naqueles becos os gays vem lhe cercando apertando sua bunda tentando lhe beijar e ai…. isso é que tipo de crime????? agora os fulions que se acham inocentes querem ir atras das muquiranas nao quer que pingue uma gota d,agua ou encoste o penis de borracha….
      me façam uma garapa…..respeitem as muquiranas e passam longe pow…….

      sou muquiranas até morrer

  5. Louise Medina disse:

    Que texto

  6. Roberta disse:

    Esse bloco já passou dos limites há muito tempo. Se acham os donos do carnaval. O mau comportamento característico do grupo passa longe de ser irreverência.
    Já passei maus bocados esperando acabar a festa para ir no otorrino, pois me acertaram um jato de água bem no ouvido. Moro em frente à sede e tem sido um sofrimento. Além das pistolas de água que não liberam ninguém, nos últimos três anos inventaram de soltar fogos na saída para a avenida. Mais um sinal da falta de respeito com os moradores que precisam enfrentar o volume exagerado do trio, que sai e volta para a frente da sede, engarrafado tudo. Tomara que vá de vez para a Barra.

  7. Catia oliveira disse:

    Ótima reportagem! Parabéns!

  8. Maitê moura disse:

    Eu não vou no percurso do carnaval no dia que as muquiranas saí,eles são muito agressivo, ñ respeita o não e não tem limites,já fui molhada, chutada,assediada e me sentir impotente diante a situação,é um bloco antigo, os novos associados está acabando com a tradição, um bando de sem educação.

  9. Angela disse:

    Eu não gosto do bloco muquiranas. Tenho 2 cunhados e diversos amigos que saem no bloco.
    Até gosto das brincadeiras e da alegria, mas Acho os componentes agressivos, desrespeitosos, passam dos limites. Um vês, há alguns anos atrás fiquei próxima das cordas e tomei dedadas e alisamentos. Desde essa época, passo longe.

  10. Rose dos santos silva disse:

    Por favor alguém tem que tomar uma providência. Contra essas pessoas que saem messe bloco.Eu tenho mrçedo de passar por grupos deles.Por não sabwr o que eles vão fazer. SOU MULHER E QUERO RESPEITO

  11. Juciene disse:

    Excelente matéria, pura verdade, o carnaval não cabe mais tanta homofobia .

  12. Erilmar Lessa Braga disse:

    Me perdoe, mas esse pensamento progressista aliado ao politicamente correto está decretando o fim de uma era, o fim da sociedade civilizada. Separatista, vitimista, abissal. E olhe que o moço se divertiu, se sentiu seguro, protegido. Foi importunado algumas vezes? Normal. Se desse um mole teria saído do bloco com um namorado. Se eu fosse gay, adoraria que passassem a mão na minha bunda, qual o problema? Fizeram isso com ele, tirou algum pedaço? Chamaram Márcio Vitor de viado, mudou alguma coisa na vida dele? Que geração nojenta, de frescos, insossos, desumanos. Sou de uma época que ser viado nunca foi problema, para muitos uma solução. A esquerda delirante e o seu mundo plano, horizontal, que impõe igualdade quando somos todos diferentes. É sem dúvidas muito mais fácil capturar o pensamento raso, o cérebro disposto a doutrina das notas repetidas, curtas, da intelectualidade libertária, quando estão na verdade, presos às suas camisas de força puxadas pelas suas manadas. Pensamento único, dominador, apropriador de mentes débeis, incapazes de estabelecer um raciocínio minimamente superior ao de uma formiga. Parabéns Sr. Jorge, tenho certeza que será doravante um assíduo folião do Bloco as Muquiranas.

    • Jorge disse:

      Esse bloco deveria ter sido erradicado do carnaval de salvador há anos.
      Assédio não é brincadeira, não é aceitável e nem é menos crime por vir de um Muquirana.
      Vcs são podres e comentários como o do Wesley e do Elimar só morram o quão tosca é a mente da galera que majoritariamente sai nesse bando, gangue, o que for… Me recuso a chamar isso de bloco.

    • Cris disse:

      “Foi importunado algumas vezes? Normal”. “Se eu fosse gay, adoraria que passassem a mão na minha bunda, qual o problema? “. PQP!!!! Ser importunado não é normal!!!!Passar a mão na bunda de alguém sem consentimento do mesmo é errado!!!!! Suas palavras só demonstram o quanto você tem sérios problemas de caráter e educação e deve aprender a respeitar o outro! Mas tinha que ser um direitista Bolsonariano! Tudo da mesma laia!

  13. Yasmin disse:

    Na segunda, indo com minhas amigas levei um tapa na bunda se um muquirana. O murro, foi inevitável.
    E ainda tive que escutar “ não se bate em homem”.
    Como se eu estivesse fazendo algo errado em me defender, por ter tido meu corpo violado.
    Queria me agredir, mais.
    Vir pra cima de mim, outros amigos separaram e ele foi embora quando ameacei chamar a polícia.
    Percebi que pra ele o ofensivo foi ter a masculinidade dele agredida, por ter tomado um murro de uma mulher. Eles nunca esperam que vc vai reagir.
    Cmg não tem essa, jamais vou permitir que meu corpo seja violado e ficar quieta.
    Esse bloco precisa acabar!

  14. sandro disse:

    welligton!!
    Antes de falar, Primeiro aprenda a le e interpretar as coisas. Em questão ao Jornalista ele é Homossexual e não viado. Como a maldita sociedade homofobica diz: A questão ao trabalho dele. Apenas ele foi mostrar a pura e única verdade dos fatos . Onde muitos se colocam ali só para ter, um alibe uma desculpa para a prática da LIBERTINAGEM.. TEMOS SIM QUE SER LUVRES E TEMOS QUE TER SEGURANÇA E COMODIDADE EM QUALQUER LUGAR… PARABÉNS PELA SUA REPORTAGEM …

  15. Rocha disse:

    Eu saio no bloco há 12 anos, não sou gay , mas concordo que o bloco tem na maioria dos associados bagunceiros, mesmo com todo o esforço da família paganelli para conscientizar os foliões.
    O texto está excelente e concordo contigo a vantagem do bloco é a liberdade de curtir o Carnaval com mais segurança, a fantasia te dá essa liberdade, porém trocam a liberdade de brincar com o excesso, extrapolam.
    Mesmo sendo associado seria bom uma punição de pelo menos 1 dia sem desfilar devido às atitudes dos maus foliões.

    • Rafael disse:

      Uai… mas que coisa. No restante da avenida é só viado dando em cima dos heteros, assedianddo tocando, se trajando de mulher e enganando os caras chapados. Fora o escandalo e a falta de respeito maior quando começam transar em banheiro públlico fazendo escandalo. Pra ver o que o povo passa. Tudo zuado.

    • Ericivaldo Veiga disse:

      Prezado Gauthier,
      Te parabenizo pelo interessante trabalho jornalistico antropológico. Suas observações se enquadram nos métodos fenomenológico largamente usados particularmente pela Antropologia e pela Sociologia. Talvez material único sobre este aspecto do carnaval da Bahia. Daria uma dissrrtação de Mestrado ou uma Tese de Doutorado incrível quanto às teorias que a sua etnografia pode suscitar .
      Tenho a certeza – considerando a acuidade do seu olhar, de que você não relatou nem 1/3 do que você tem guardado.
      Um abraço e boa sorte!

  16. Elma Souza Santos disse:

    Uma reflexão muito boa e importante para quem ainda ver o outro dessa maneira. Não poderia ser tão bem explicado como foi por este reporter que passou por todo esse processo de machismo, falta de educação, desrespeito, solidariedade e principal o amor ao próximo.

  17. Tom Forte disse:

    Bom dia senhores!

    Sou Tom Forte. (@_tomforte), estilista e costureiro. Achei incrível sua reportangem. Isso só comprova que a homofobia ainda impera, mesmo que que a sociedade se diga não homofóbica.

    Não tenho coragem de sair tracetido num bloco por medo de violência.

    Tom Forte

  18. Claudio disse:

    Herivelto Santa. Faço da sua as minhas palavras falou tudo . Parabéns

  19. Andre disse:

    Que texto lindo e que missão corajosa! Parabéns!
    Sou do Rio e curto muito passar o carnaval por aqui. Sinto que o que você falou sobre não generalizarmos ser cabível à minha realidade também.
    Este ano, infelizmente, tivemos o carnaval com menos apoio aos blocos LGBTI+ (muitos foram cancelados com justificativas pouco plausíveis), de forma que nós, gays, tentamos nos inserir em outros grupos “friendly” e, por vezes, em blocos voltados para os heterossexuais. O que percebi foi acolhimento por parte de muitos, mas também houve momentos de receio por causa da não aceitação de alguns “machos heteros” que não queriam nossa presença por ali.
    Enfim, parabenizo novamente por seu texto e pela coragem!
    Admiro seu trabalho!
    Sigamos com força e resistentes!
    Andre

  20. Lucas disse:

    Interessante o relato. Saí por vários anos na muquiranas e realmente a falta de ética, educação e desvios de conduta de alguns foliões me fizeram repensar sobre continuar no bloco. Esse comentário não visa de forma alguma minimizar os atos que extrapolam o limite da brincadeira.
    Me chamou a atenção uma outra reportagem aqui mesmo no correio onde um homem hetero saiu em blocos tidos como predominantemente gays, situações semelhantes em um cenário parecido, no relato do repórter ele conta que passou situações constrangedoras, pegaram em corpo, bunda, viraram rosto, beijarem a bochecha, insinuaram sexualmente, e em nenhum momento se vê a melancolia que tá expressa nesse texto, situações extremamrnte semelhantes de passada de mão na bunda em um texto é tido como algo natural e o outro como abuso sendo que o ambiente desse é muito mais propício e natura que isso ocorra, eu eu quando de muquiranas por varias vezes sofri esse ripo de ação dentro e fora do bloco e em nenhum momento fui ofendido por isso. As pessoas devem abrir mais a cabecinha e antes de encarar um desafio entender o que vão encontrar pq atitudes como essas não são novidades, saber levar as coisas de forma mais leve e não transformar tudo em vítima da opção sexual, cor, raça, religião, etc.
    Gostei do relato, achei interessante mas se teve a intenção de típico texto lavrador de internet não funcionou.

  21. Angelino Sinatra disse:

    Reportagem bem feita, falaciosa e oportunista

    Primeiro que tudo isso acontece em vários blocos e muito mais no meio da rua e suas pipocas.
    Não sou Muquiranas e não apoio qualquer tipo de violência
    Contudo sua ação de relato tem um foco, um bloco que sai vestido de mulher, logo ninguém por assim estar tem obrigação de ser ou não homofóbico, racista e preconceituoso, virtude que é encontrada em todos os lugares e estamos sempre combatendo
    Segundo sua reportagem é um relato de um dia num espaço complexo onde fenômenos acontecem, onde pessoas se embriagam, liberam despudoradamente preconceitos, sua avaliação através de uma amostra ridiculamente insignificante da população do bloco e suas avaliações partindo de um juízo prévio, um juízo que você entrou no bloco com ele, assim sua pesquisa foi conduzida por um juízo prévio e como o seu deslocamento no universo diverso foi captado pod aquilo que você queria ver.
    Talvez pra você fki tão frustrante que pof honestidade você teve que teve que tecer elogios
    Logo você nao encontrou nada mais que o que encontraria em outros blocos, chamar Márcio Victor de viado é o mesmo que dizer que o ar é invisível, anos atrás ele assumiu a homossexualidade e não houve se quer um comentário questionando sua permanência nas Muquiranas, ao contrário ele é ovacionado
    Uma coisa certa você falou, vários senhores educados e sensíveis estão na Muquiranas, vários policiais e famílias, o que nos leva a pensar que você so viu ali um exemplo sa nossa sociedade encontrada em todas as esferas.
    O problema é que se vestem de mulher e talvez isso incomode a você por achar que não é o lugar deles. Caso você estivesse nos mascarados teria gays agressivos, grossos, educados e arbitrários. Porque isso não é qualidade de quem se veste de Muquiranas
    Agora a indelicadeza e violência, molhar as mulheres é outra coisa, como a pipoca de Kannario abusa e como a pipoca do Chiclete foi por décadas muito mais agressiva, mas ai ninguém fala né, Bell é lindo

  22. Tony disse:

    Mais todos são viados, vão vestidos de mulheres para realizar sua verdadeira vontade que é trepar com homens.

  23. Jonnas Castela disse:

    Parabéns pela reportagem, por mostrar os dois lados da moeda, e mostrar que apesar de todo incentivo para combater atitudes homofóbicas ou de assédio, e dessas confusões com as armas de água, o associado que deve fazer sua parte, alguns fazem e outros não.. Mas aos poucos a mentalidade e as atitudes enraizadas vão mudando.

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