Os gritos de “Parem de nos matar” se mesclaram com os gritos por “Justiça” e a sensação de que cada um que ali estava poderia receber, depois da sua morte, uma homenagem semelhante. Coletivos LGBTs se reuniram no Rio Vermelho em protesto contra a LGBTfobia na noite de sexta-feira (12) ,Concentrados em frente ao Clube San Sebastian, com velas e cartazes nas mãos, o grupo formado por cerca de 100 pessoas seguiu até a Praça da Vila Caramuru.  A mobilização foi motivada após no ultimo final de semana, o jovem trans Têu Nascimento ser tirado de dentro de casa, espancado e morto a tiros no bairro de São Cristóvão.

O caso ainda está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a mãe de Têu, Rosângela Silva, a polícia vai pedir a quebra do sigilo das redes sociais da vítima para descobrir se há algum envolvimento de alguém que com quem Têu conversava pela internet. “Estou cobrando da Secretaria de Segurança Pública uma resposta pela morte do meu filho, pois até o momento não tem nenhuma informação sobre o que aconteceu com ele”.

Em nota enviada ao Me Salte, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, todas as medidas cautelares necessárias para a elucidação da morte estão sendo realizadas pelo DHPP e que a investigação já está em estado avançado. No entanto, as informações não podem ser divulgadas em detalhes para não atrapalhar a resolução do caso que envolve a morte de Têu.

 

As entidades cobraram ainda durante a manifestação, uma posição do poder público sobre iniciativas que possam combater e criminalizar a LGBTfobia. Segundo a coordenadora do Coletivo Famílias pela Diversidade, Inês Silva, o ato é em busca de respeito. “Parem de matar nossos filhos. O nosso objetivo aqui hoje é cobrar do poder publico respeito para com a população LGBT. Não é possível que a cada 27 horas morra um LGBT por um motivo torpe que é o ódio e que a gente não tenha o desdobramento destas investigações. Não geramos filhos para virar estatística”, disse.

Mulher trans e integrante de movimento LGBTs, Milena Passos, também reforçou a bandeira contra a violência e a impunidade. “Estamos aqui juntos para exigir que esse crime não fique impune. Já chega”, acrescentou. Para o jovem trans, Diego Nascimento que emocionou com seu discurso durante o protesto, a população LGBT está sendo exterminada. “Estamos morrendo por ser a gente. Nossas mortes são extermínios”.

Mortes
Infelizmente, Têu não está sozinho nas estatísticas. Henrique Assis das Neves, 30 anos, foi morto em um assalto na Praça da Piedade. Leo Moura foi assassinado depois de sair de uma boate noRio Vermelho. Os casos de Têu, Henrique e Leo engrossam uma a violência criminosa contra população LGBTs. Dados do Grupo Gay da Bahia indicam que só este ano 117 pessoas LGBTs já foram assassinadas. Os números deste ano são alarmantes já que 144 pessoas transexuais e travestis mortas no Brasil em 2016 – um aumento de 22% em relação a 2015.

Ecos pela Justiça>>>
Inês Silva, coordenadora do Famílias pela Diversidade

2. “Vim pedir segurança para as pessoas trans!”. Esse é o desejo do homem trans Verciah

3. Mãe do homem trans Têu Nascimento, Rosângela Silva pede Justiça pela morte do jovem que foi sequestrado e morto na semana passada.

4. Millena Passos

4. Millena Passos, militante do movimento LGBT

5. “Se não fizermos nada somos assassinos também”, clama a foto ativista Andrea Magnoni

6. LGBTfobia mata ,sim!

7. ” Nossas mortes são extermínios!”, afirma o jovem trans Diego Nascimento.

8. Organizadora da marcha das vadias @sandra.munoz.7524 clama pelo respeito em ato contra a LGBTFobia.

9. Viviane Vergueiro pede respeito à população trans e travesti e em ato que reuniu cerca de 100 pessoas no Rio Vermelho cobrando justiça e celeridade nas investigações das mortes de pessoas LGBTs

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