Após vencerem as principais categorias do Prêmio Braskem de Teatro, as personagens do espetáculo Rebola serão estrelas de uma festa bafônica nesta sexta-feira (26), às 19h. A Rebola Celebrate acontece no espaço de cultura Casa Preta (R. Areal de Cima, 40), no Dois de Julho, e faz parte do projeto  ENXURRADA, do Aldeia Coletivo Cênico.

Em homenagem ao espetáculo, dirigido por Thiago Romero, a festa será de fechação, com shows, discursos, dublagens, performances e com a participação da DJ Adrielle Coutinho. Quem vamos?!

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Sobre o Rebola

Foto: Andrea Magononi

Foto: Andrea Magononi

O espetáculo Rebola trouxe vida ao Beco dos Artistas, no bairro do Garcia, no ano passado. A peça é uma grande celebração do projeto de ocupação artística do local que está esquecido pelo poder público e é símbolo da cena LGBTQI de Salvador, que ganhou um sopro de vida com as apresentações teatrais do ano passado, mas, hoje, depois do fim do projeto, voltou a sucumbir na escuridão. O espetáculo se passou no bar batizado de Xampoo sempre no esquema pague quanto quiser. Ele também passou pelo Teatro Gregório de Mattos e pelo Barbalho, mas vê-lo no Beco dos Artistas é o melhor sentimento que o Rebola pode provocar.

Na história, uma trupe de artistas luta para manter aberto o espaço Xampoo (antigo bar Canto da Seresta). A ideia do Xampoo, espaço de ocupação oficial do Teatro da Queda e da Kalik Produções durante quatro meses de 2016, é que o espaço fosse um lugar para relembrar os tempos passados de muito glamour e fechação do espaço artístico.  O Beco dos Artistas, localizado no bairro do Garcia, foi famoso por décadas pelo grande movimento de sujeitos comprometidos com a diversidade sexual. Ali, além de diversão e lazer, diversos movimentos políticos e artísticos nasceram e ganharam forma.

Ah, mas o Rebola é bom só porque deu vida ao Beco dos Artistas? Não. Não é ‘apenas’ isso. Em cena, os atores do Teatro da Queda atuam ao lado do ator Hamilton Lima, especialmente convidado para o projeto. Tem uma história de resistência e luta por mais espaços para a comunidade LGBTQI  que botam um holofote sobre os pouquíssimos lugares que existem hoje para nos divertirmos em Salvador.

Foto: Andrea Magnoni

Foto: Andrea Magnoni

Na peça, Lobo, dono do teatro-bar Xampoo, decide fechar seus estabelecimento diante da atual situação dos espaços gueis da cidade. Uma trupe de jovens atores transformistas decide rebolar – literalmente -0 para salvar o espaço e constrói uma noite trash-cômica-dançante entre números, churrias, entrevistas e intrigas para provar a Lobo que Xampoo não poderá ficar fechada. A peça teatral discute a necessidade de espaços para que os LGBTQIs possam se encontrar para se divertir, se articular e, principalmente, existir.

Os atores que vivem o Rebola foram selecionados através da oficina Elementos da Arte Drag e Teatral, realizada pelo projeto em março e abril de 2016. Aprenderam a se maquiar, andar de salto e valorizar a arte. “Estou muito feliz”, disse, em meio às lágrimas Sullivã Bispo, que junto com Thiago Almasy atualmente faz sucesso nas rede sociais com o canal Frases de Mainha.

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