Marina Hortélio*
Agredido dentro de casa em outubro do ano passado, o cabeleireiro Rauan Pereira dos Santos, 29 anos, faz uma vaquinha para arcar com os tratamentos e recomeçar a vida. Ele diz estar traumatizado pelo ataque e agradece o apoio que tem recebido.
“Fico com medo de ir em lugares cheios quando minha irmã tenta me levar para caminhar. Às vezes, passo muito tempo dormindo porque meus remédios são muito fortes”, conta Rauan. Ele conta não lembrar das agressões.
O desejo é conseguir voltar a ser uma pessoa independente. Parte do dinheiro deve ser destinado para comprar novos equipamentos de cabeleireiro para retomar o trabalho quando a saúde permitir.
“Levaram muitos dos meus pertences, como minha moto que eu usava para atender meus clientes. Perdi meu material de trabalho, que custa caro, e ainda levaram o dinheiro que eu tinha juntado com a venda de algumas coisas da minha casa para ir para Portugal”, relata o cabeleireiro.
O cabeleireiro ainda não sabe quanto deve gastar com os tratamentos de saúde, como terapia psicológica, tomografia computadorizada e uma série de medicamentos. Para ajudar, é possível fazer uma doação pelo PIX (05251955561) ou na vaquinha online, onde a meta é de R$ 25 mil
“As pessoas se comoveram com o caso e tenho recebido ajuda. Eu sou conhecido porque trabalhei em muitos salões de Salvador. Minha família é humilde e não tem como arcar com os tratamentos. Por isso, estamos com a vaquinha”, conta o jovem.
Raun diz perdoar seus agressores por acreditar na evolução das pessoas. “Passamos por dificuldades, mas não podemos culpar ou esperar que as pessoas sejam culpadas. No momento da agressão, eu estava nos braços de Deus. Os peritos disseram que era para eu ter morrido, mas fui pro HGE. Nem dor eu senti. Se Jesus perdoa, eu não posso julgar”, afirma o cabeleireiro.
Ele recebeu alta do Hospital Geral do Estado (HGE) em 29 de novembro. Agora, reveza entre as casas da irmã e de um amigo, onde realiza atividades de hidroginásticas na piscina.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela