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[Opinião] A quem interessa saber o nome civil das pessoas trans?

Por Paulett Furacão

Mais uma transexual foi assassinada no Brasil. Desta vez SHEILA SANTOS (Neném), na noite de 24.06.2016, em Salvador-BA, na Avenida do Contorno. A grande imprensa noticiou o fato e nem sempre o nome social desta vítima foi respeitado. 82% das transexuais e travestis abandonam o ensino médio entre os 14 e 18 anos pela discriminação na escola. Falta-lhes também o necessário de apoio familiar.

O nome social é uma forma de garantir respeito e incentivar a escolarização de pessoas transexuais e travestis. Garante-lhes também acesso à   saúde e demais serviços devidos a qualquer cidadão e cidadão deste país marcadamente transfóbico.

O nome social é importantíssimo. Sem o seu reconhecimento mata-se a trans diversas vezes e em diferentes situações.Reconhecer o nome é respeitar a pessoa no seu direito cidadão, na sua identidade de gênero, no seu lídimo desejo de ser o que é.

Enlutada pelo bárbaro assassinato de SHEILA SANTOS, acuso todos e todas que em modo progressivo prepararam a sua morte, sublinhando aqui os que por diversos modos lhe negaram o direito à   identidade, ao acesso aos serviços, ao nome com o qual se identifica.

Os números e nomes listados no site Quem a homofobia matou hoje nos acusam:

· 2015 (319 Mortes)
· 2014 (331 Mortes)
· 2013 (314 Mortes)
· 2012 (338 Mortes)

SHEILA SANTOS, eu me acuso ! Acuso também esta sociedade transfóbica e exijo respeito à   sua memória e ao seu nome que tanto nos orgulha.

*Paulett Furação é trans feminina e ativista LGBT

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