Estudante de Medicina Veterinária é agredido em ataque homofóbico após sair de boate em Salvador
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‘Ele me pediu desculpas’, diz estudante vítima de homofobia na Avenida Paralela

Por Gil Santos

Algumas horas depois do estudante de Medicina Veterinária, Thiago Almeida, registrar nas redes sociais que foi vítima de um ataque homofóbico o homem que o espancou pediu desculpas pela agressão. O jovem recebeu socos na face e foi emburrado quando estava voltando para casa, depois de sair de uma festa, na manhã de sábado (9).

Thiago conversou com o Me Salte sobre as agressões, nesta segunda-feira (11), e contou que tudo aconteceu de maneira inesperada. Ele contou que conversou com o agressor por volta das 19h de sábado, portanto, cerca de 3h depois de fazer o relato das agressões nas redes sociais.

“Mandei uma mensagem perguntando porque ele fez isso comigo. Eu não estava acreditando no que tinha acontecido. Me senti humilhado. Ele respondeu. Disse que não era de fazer isso e que não sabia o que tinha acontecido. Ele me pediu desculpas e falou que estava arrependido”, contou o jovem.

O homem pediu ao estudante para marcar um encontro para conversarem, mas o jovem recusou. A vítima registrou queixa pelas agressões na 12ª Delegacia (Itapuã) e contou que vai procurar o Centro de Referência Municipal LGBT para receber atendimento psicológico, além de fazer exame de corpo delito.

“Meu corpo ainda está dolorido, mas o que está mais complicado é meu psicológico. Não consegui dormir direito essa noite e não fui para a aula da faculdade hoje. A gente nunca pensa que vai passar por isso, até acontecer. Estou com o cotovelo arranhado, a boca machucada e ferido no ombro e na altura da virilha”, disse.

 

Confusão
Thiago contou que tudo aconteceu na manhã de sábado, depois de voltar de uma festa. Ele estava com duas amigas na boate Portela Café, no Rio Vermelho, e quando saiu do local encontrou um amigo na porta do estabelecimento. Esse amigo estava acompanhado por outras pessoas, entre elas, um homem identificado como Daniel Balzan.

“Tinha combinado com minhas amigas de irmos para a Barra, mas estava muito cansado e tinha bebido bastante. Queria ir pra casa. Meu amigo contou que ia pegar carona com um conhecido dele, que mora em Lauro de Freitas. Como eu moro em Stella Maris, meu amigo pediu para ele me deixar em casa e ele disse que tudo bem”, contou Thiago.

Além do estudante e do amigo, outro homem também pegou carona com o agressor. Os quatro seguiram até a região do Itaigara, onde o amigo do estudante desceu. Em seguida, a viagem continuou até chegar na Avenida Luís Vianna (Paralela).

“Eles dois estavam no banco da frente e eu no banco de trás. Em algum momento do trajeto ele disse alguma coisa que eu não entendi. De repente, ele parou o carro e me mandou descer. Eu fiz o que ele pediu, mas não tinha entendido ainda o que tinha acontecido. Ele desceu e em seguida segurou o meu rosto e deu três socos”.

O estudante caiu no chão após a agressão, enquanto o homem voltou para o carro e foi embora. Ele foi socorrido para casa por um taxista que presenciou a cena. Tudo aconteceu nas imediações do Alphaville Park, e na manhã seguinte o jovem procurou a delegacia para registrar a ocorrência.

Homofobia

Thiago contou que conversou com Daniel dentro da boate, e que o homem disse ser hétero. “Ele deu alguns selinhos em homens lá dentro, mas não vi nada estranho ou que pudesse me assustar. Depois da confusão, soube que ele tinha se envolvido em uma briga pouco antes da carona. Ele recebeu um soco e não conseguiu descontar. Acredito que ele estava com raiva e, por isso, resolveu descontar em uma pessoa mais frágil”, afirmou Thiago.

Daniel é originário de Santa Catarina e estudante de educação física. O CORREIO ainda não conseguiu contato com ele para comentar o caso.

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