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Documentário sobre história das mulheres trans em Salvador será lançado dia 8 de junho

Será lançado na próxima quinta-feira (08), às 19h, em Salvador o documentário documentário “Pro Que Der e Vier”.Dirigido pelo jornalista Gilberto Rios, o média-metragem apresenta a partir da narrativa de nove mulheres trans que vivem na capital baiana. “Nossa intenção era dar a essas mulheres um espaço onde elas pudessem contar as próprias histórias, sem limitar o discurso delas. Então a gente marcava as entrevistas, ligava a câmera e conversava com elas, sem higienizar ou florear o discurso. O produto final é o resultado da intimidade conquistada com cada uma delas”, explicou Gilberto Rios.

O filme é mais um desdobramento das pesquisas realizadas pelo POPTRANS (ISC/IHAC/UFBA), um projeto de pesquisa que busca compreender como vive a população travesti e de mulheres trans de Salvador, e como cuidam da saúde. De setembro de 2014 a abril de 2016, o projeto levantou informações de 127 travestis e mulheres trans para reivindicar melhores condições de vida a essa população junto aos órgãos governamentais.

“Fazer esse documentário foi uma maneira de acomodar o desejo das participantes do POPTRANS de falar sobre a vida delas e não só sobre questões da saúde. E de apresentar os resultados da nossa pesquisa para um público maior, que não está tão interessado no ambiente formal da universidade. Daí a ideia de nós fazermos um documentário: para abranger pessoas que possam se interessar pela temática, e está mais vinculado à plataforma audiovisual”, contaram Inês Dourado e Luís Augusto Vasconcelos da Silva, pesquisadores da UFBA e coordenadores do POPTRANS.

Composto por uma equipe multidisciplinar, formada por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), do Instituto de Humanidades, Artes e Ciência Professor Milton Santos (IHAC) e da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH), todos da UFBA, e colaboradoras do Movimento Social Travesti e Transexual de Salvador, o POPTRANS foi apoiado pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde e pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB).

Entenda mais
Um estudo realizado pelo POPTRANS com 127 mulheres trans revela que parte das entrevistadas sofre com um alto nível de discriminação por conta da identidade de gênero. As pessoas que mais discriminaram foram os vizinhos (76%) e os policiais ou seguranças (66,9%), seguido dos amigos (49,9%) e pela própria família (42,5%). No que diz respeito ao histórico de violência, mais da metade declarou ter sofrido agressão física (59,1%) e agressão verbal (91,1%). Também houve relato de violência sexual (37,4%), chantagem ou extorsão de dinheiro (27,2%).

Poucas delas (12,9%) fizeram mudança do nome no documento de identificação nacional de saúde – nome social no cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), um direito adquirido pelo ativismo trans no Brasil (BRASIL, 2009) –, e apenas quatro delas (1,8%) fizeram a mudança do nome no documento de identificação nacional no Brasil (RG), pois enfrentam um longo processo judicial para obtê-lo. Quase a metade relatou ter sido discriminada em serviços de saúde (48,1%), e muitas não foram bem tratadas em espaços do serviço público (30%).

Pro Que Der e Vier (Brasil, 2017; 38min).
Direção: Gilberto Rios
Edição: Gilberto Rios e Cadu Oliveira
Produção Executiva: Ricardo Silva e Caio Cerqueira
Idealização: Inês Dourado e Luís Augusto Vasconcelos da Silva.

Serviço: 
ONDE: Saladearte – Cinema Cine XIV [R. Frei Vicente, 14 – Pelourinho, Salvador].
QUANDO: 08 de junho de 2017 (quinta-feira), às 19h.
QUANTO: R$10 (sujeito à lotação do espaço)

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