Daniel Silveira: ‘Queremos ser livres para amar’

Por Daniel Silveira*

Hoje é Dia do Orgulho LGBT e um conhecido questionou a existência da data. “Não sei para que o Dia do Orgulho, não devemos ter orgulho só por um dia”, disse ele. Mas Dia do Orgulho não é só para se orgulhar, não é mesmo? É também para mostrar ao mundo inteiro que existimos, que somos felizes assim (ou estamos buscando a felicidade) e que merecemos respeito.

É um dia necessário. Bom mesmo seria se ele não precisasse existir, né? Já pensou? Um mundo sem que a gente não tivesse que ouvir de amigos que eles nos amam apesar de nosso pecado? Um mundo em que os amigos não se afastem por conta do “rumo que sua vida tomou” ou porque “tenho medo de ter um amigo gay e ele dar em cima de mim”?

Quem sabe um mundo em que eu não tivesse medo de apanhar pelo simples motivo de minha existência não ser bem vista por alguém ou algum grupo? Um mundo em que eu não fosse olhado com cara de nojo toda vez que meu namorado me beijar quando se despede de mim na porta de casa?

Será que é pedir demais? Não é.

Felizmente, tive a sorte do universo me cercar de pessoas que não se importam com minha sexualidade. Trabalho num ambiente amigável para gays e até os homofóbicos com quem sou obrigado a conviver nunca ousaram me falar nada diretamente e provavelmente têm vergonha de fazê-lo.

Mas muitas manxs por aí não sabem o que é isso ainda e é por isso que o dia 28 de junho é tão necessário.

Espero, inclusive, que no futuro a gente não precise escrever textão em rede social nenhuma pedindo respeito só porque queremos ser livres para amar.

E espero também que esse texto alcance os “não-convertidos” e aqueles que amam alguém LGBT e precisam sair do armário. Buscai o amor enquanto se pode achar.