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Conheça o estudante baiano de 10 anos que prefere dançar a assistir à Copa

Por Giuliana Mancini

Em plena época de Copa do Mundo, não é difícil achar meninos que assistem à todas as partidas do torneio – e que sonham em ser jogadores de futebol. Muitas vezes, imaginam-se até participando de uma edição do campeonato. Mas, se esse é um sonho comum no Brasil, Wan Gislan, de 10 anos, não o compartilha.

O menino não quer saber de jogar bola. Muito menos de ver as disputas. O que ele se interessa mesmo é em dançar. O pequeno era um dos responsáveis pela coreografia da Escola Estadual Teodoro Sampaio, no desfile do Dois de Julho. “Gosto muito de dançar e treino três vezes na semana. Estou gostando (do cortejo)”, declarou Wan, que estreava na festa, na manhã desta segunda-feira (2).

Wan comandava a coreografia junto com Maria Eduarda Santos, de 13 anos
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

O estudante era um dos mais de 2,6 mil alunos que participaram do cortejo cívico em comemoração aos 195 anos de Independência da Bahia. Durante todo o trajeto – do Largo da Lapinha até a Praça Municipal -, as fanfarras escolares animaram quem acordou cedinho e foi assistir ao movimento.

Acompanhe em tempo real tudo que acontece no Dois de Julho

Assim como Wan, a dupla Bruno Marques, 17, e Luís Henrique, 16, também puxava o movimento coreografico – mas do Colégio Estadual Professora Noêmia Rêgo. E arrasavam na função, com direito a espacate no meio das ladeiras do percurso. Se a música chamava a atenção de quem assistia o cortejo, eles também tinham sua parcela de espectadores.

“É gratificante estar aqui. E é importante mostrar que a baliza é uma parte importante da fanfarra, que a arte inclui tanto a música quanto a dança”, disse Bruno, que participava pela segunda vez da festa.

Bruno e Luís: balizadores do Colégio Estadual Professora Noêmia Rêgo
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

Já Luís fazia sua estreia no Dois de Julho. Gostou. “Vamos improvisando a coreografia enquanto estamos andando. É muito legal. Nunca tinha experimentado participar de uma festa como essa, estou impressionado”, comemorou.

Estudante do Colégio Estadual Presidente Getúlio Vargas, Fernando Worth, 14, contou que treinou duas vezes na semana, todas as semanas desde o início do ano, para participar da comemoração pela Independência da Bahia. “É minha primeira vez aqui. Achei o clima maravilhoso, estou gostando”, falou o jovem, que fazia parte da linha de frente do cortejo da instituição.

Maria Fernanda Santos, 15, também nunca havia integrado a comemoração pela Independência da Bahia. Toda feliz e arrumada, nem parecia que ela odeia acordar cedo. Ainda mais levando-se em conta que ela levantou às 5h nesta segunda-feira de feriado.

“Mas, dessa vez, é por uma boa causa. Estou achando um máximo, muito divertido”, declarou a estudante do Colégio Estadual Governador Roberto Santos.

Maria Fernanda estava com a fanfarra do Roberto Santos
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

Tainara Carvalho, 21, e Uidiane Mirian, 20, levantaram ainda mais cedo para participar do Dois de Julho: 4h30. Veteranas, elas ja tocaram quatro vezes na festa, com o grupo Tambores e Cores.

“A gente treina todas as terças-feiras do ano para estar aqui. Ficamos esperando animadas para chegar o dia”, disse Tainara. “Daqui a pouco vamos começar o esquente. Aí, fica todo mundo de olho. É emocionante”, completou Uidiane, antes da festa começar. Ambas tocam o repique.

Tainara e Uidiane levantaram às 4h30 para o cortejo
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

Se Maria Fernanda, Tainara e Uidiane podem ter sofrido um pouco para acordar, há quem nem mesmo dormiu. A drag queen Sasha Heels, 26, está prontíssima desde o último domingo (1º), só esperando o desfile começar.

“Venho há três anos. Acho que tem tudo a ver com a luta pelos nossos direitos. E o movimento drag é de rua, temos que vir para a rua”. Ela comentou que recebe uns olhares de estranhamento, mas nem liga. “São só olhares, é comum”.

Sasha Heels assiste ao cortejo há três anos
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

Ailton Souza, 32, também comemorava sua dose tripla na festa – mas como participante, no comando do saxofone. Apesar de já ser, tecnicamente, um veterano, a data marcava quase uma estreia para ele no desfile do Dois de Julho. “Eu estive um tempo afastado, não participo desde 2010”, disse.

Ailton integrava o desfile pela terceira vez
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

Integrante da Filarmônica de Castro Alves, Ailton chamava a atenção, junto com seus colegas, pelo seu som e por outro detalhe… É que vários músicos prenderam suas partituras na roupa do colega da frente. “Ajuda bastante”, garantiu, aos risos.

Os músicos e suas partituras presas na roupa do colega da frente
(Foto: Giuliana Mancini/CORREIO)

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