Logo após 40 travestis e transexuais solicitarem uso do nome social em fevereiro na Bahia, o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos da População LGBT da Bahia (CPDD-LGBT) lança nesta sexta-feira (5) a campanha “Me Chame Pelo Meu Nome: Nome Social é Direito Garantido”.

A ideia da campanha é sensibilizar a sociedade acerca da importância da garantia de cada um ser chamado pelo nome escolhido (nome social). A ação surgiu justamente porque o CPDD-LGBT, órgão ligado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), tem recebido muitas demandas para a troca do nome social.

De acordo com o órgão do governo do estado, essa movimentação aumentou também por conta do preconceito e transfobia sofridos pelas pessoas transexuais que ainda não possuem nos seus documentos o nome social e acabam sendo vítimas de situações discriminatórias, a exemplo de atendimento em hospitais e serviços públicos.

A campanha “Me chame pelo meu nome: Nome social é direito garantido” contará com publicações de peças publicitárias nas redes sociais, além de debates com advogados para informar sobre os procedimentos legais e passo a passo para mudança do nome nos documentos.

Para Tailon Alessandro, homem trans, 23 anos e modelo da campanha, a mudança nos seus documentos, além de ter sido uma conquista, é motivo de alívio e orgulho, por constar em seus documentos o nome escolhido por ele.

“Estou muito feliz e seguro, pois passei por muitos constrangimentos pela falta do documento com meu nome. Era doloroso chegar aos lugares e ser chamado pelo meu nome civil. Hoje, eu sou Tailon. Isso me deixa muito feliz e certo de que não irei sofrer nenhum ato de transfobia por esse motivo”, celebra.

De acordo com o coordenador do Centro e integrante da Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM), responsável pela gestão do CPDD-LGBT, Renildo Barbosa, essa mudança do nome social é fundamental e urgente, pois é um direito da população trans que precisa ser garantido.

“Não é apenas a troca do nome, é muito além, é a conquista da liberdade da transfobia, a autoestima e, principalmente, um direito garantido. Vamos fortalecer ainda mais a nossa rede para atender e fazer esse processo com o maior número possível de pessoas que buscam nossa equipe técnica. Vamos mudar essa realidade”, afirma Barbosa.

O CPDD-LGBT tem WhatsApp exclusivo para atendimento, triagem e encaminhamento para o corpo técnico, por meio do número (71) 9 9606-5505, das 8h às 17h, de segunda à sexta-feira.

(Foto: Genilson Coutinho/Divulgação)

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