Durante muitos anos, a família da fotógrafa Andréa Magnoni se referiu ao tio de dela como uma lésbica: “Mas, Tita, você é menina. Eu te banhei quando você era criança”, retrucava a mãe ao repudiar o comportamento masculino com o qual Tita se identificava. Há três anos, Andréa se deu conta que seu tio Tita era, na realidade, um homem transgênero, que acabou se suicidando após ser vítima de um ˜estupro corretivo™ onde engravidou.

A história trágica familiar, que aconteceu na década de 70, inspirou Andréa a produzir uma exposição em homenagem ao tio e a muitas outras pessoas trangêneras que ela conviveu. O resultado pode ser visto, a partir de terça-feira (10) na exposição ‘Cores e Flores para Tita’, que estreia no Teatro Gregório de Mattos, em Salvador, com entrada gratuita.

Foto: Andrea Magnoni

Foto: Andrea Magnoni

A exposição tem como plano de fundo a memória deste tio que Andréa não conheceu (pois morreu aos 15 anos) e traz fotografias de dezenas de corpos trans e cisgêneros, que não se encaixam nos padrões de beleza impostos. Parte deste ensaio é resultado da oficina fotográfica que Andréa ministrou em janeiro  para pessoas transgêneras, onda elas também se autorretrataram.

No teatro, haverão  139 fotos espalhadas no ambiente, permeadas pelos relatos poéticos de Lisa Vietra (atriz e escritora) e Tito Carvalhal (homem trans e poeta), que descrevem a história do tio Tita. Há ainda duas instalações artísticas sobre o personagem central, e uma outra com mil papeizinhos contendo as iniciais dos nomes, idade do óbito, cidade e causa mortis, um alerta simbólico à  s milhares de pessoas que morrem vítimas da transfobia no Brasil.

A exposição  tem visitação gratuita das 14h à  s 19h, de quarta a domingo, até 12 de junho. Na estreia, que é aberta ao público interessado, haverá apresentação artística de Mathieau e Mila Kokaev e roda de conversa com Diego Nascimento, Lanmi Tripoli, Tito Carvalhal e Viviane Vergueiro (alguns dos fotografados). Nesta noite ainda será exibido o trailer do documentário ‘Transformando o Olhar’, de Susan Kalik, que traz depoimentos pessoais e exclusivos de transgêneros, a ser lançado na Bahia em julho. 

SERVIÇO:

Exposição Cores de Flores para Tita
Estreia: 10 de maio de 2016, 18h, na Galeria da Cidade (Teatro Gregório de Mattos).
Em cartaz de 11 de maio a 12 de junho | sempre de 4a a domingo, das 14h à  s 19h
Onde: Galeria da Cidade (Teatro Gregório de Mattos. Pça Castro Alves, s/n, Centro).
Informações: (71) 3202-7800
Entrada franca

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