Por Gabriela Cruz*
Bastaram algumas horas circulando pelo Baile da Santinha, realizado na última sexta-feira (20), para se ter uma ideia do que vai rolar na maioria dos espaços do nosso abrangente Carnaval. Cerca de 21 mil pessoas “ recorde de público da festa, e acho que dos ensaios que rolam na cidade, superando inclusive o do Harmonia do Samba “ atenderam ao chamado do gigante, como Leo Santana pede para ser chamado (e com razão) e foram para o Wet™n Wild quebrar tudo até o chão.
Do que eu vi, o que mais chamou a atenção nem foram as auréolas de pluma usadas pelas santinhas que abasteceram para descer (o que vai ter de gente usando a fantasia no Carnaval…), mas a disposição do povo em seguir as coreografias. Salvador pode até ser a terra da música, mas este Carnaval com certeza será da dança também. Gente de todos os cantos, encantos e axés repetiam no chão os passos das bailarinas sobre o palco como se malhassem na mesma academia. O antigo aulão na praia hoje rola no Youtube, comandado pela FitDance.
A empresa que mete dança assumiu o intervalo entre os shows de ontem “ depois de Leo, teve Ludmilla -, animando o tempo ocioso de troca de bandas ao som de pagodão e funk. Parece até um baile lá do Rio. Só que melhor, falou uma turista carioca abismada com algumas de nossas letras, com Sarra na Pista Novinha, do Parangolé. De olho nos atletas da Fit, o povo só queria mesmo se amostrar nos passos mesmo que o grau de dificuldade fosse o 7.
Além do funk e do pagode, no megapalco babadeiro de Leo Santana tem espaço para outros ritmos que aquecem o coração generoso dos baianos, afinal baile que se preza tem playlist abrangente. Faz o w, pediu o anfitrião para receber Wesley Safadão. Mesmo com o tempo curto, já que tinha que voar para Aracaju e se apresentar no Fest Verão Sergipe, o dono daquele 1% fez sua participação render, de tantos hits que cantou. Afinal, quem resiste à letra e à batida de A Dama e o Vagabundo, não é mesmo? (Mas eu não vivo sem você/ E você não vive sem mim/ Ela me conheceu cachorro/ E se apaixonou por mim assim).
Por falar em hits, Naiara Azevedo veio plena, loiríssima e de vermelho para cantar seus 50 Reais, dizer que é A Ex do Seu Atual e contar, toda feliz, que tá amando a Bahia e já comeu até acarajé. Para ela, o gigante entoou: Cheirosa aqui é ela/ Gostosa aqui é ela/ Estilosa aqui é ela/ É ela, é ela/ Maravilhosa é ela/ Inteligente é ela/ Quem mete dança é ela/ Quem vai no chão é ela.
Claudia Leitte também chegou bagunceira e fez a Lore ensinando a coreografia de Taquitá: Eita, taquitá / Xalalalalá (ooh) xalalalalá / Arrasando, causando / Pulando, dançando, te olhando¦. E por falar em Lorena Improta, coube a ela mostrar com quantos pulos e descidas se faz os passos de Apaga a Luz e Toma, o funk de MC TH que Leo já incorporou no seu repertório.
O anfitrião também aproveitou o show para ser solidário à Ludmilla, que foi vítima de racismo mais uma vez essa semana. Para ela, Leo cantou Nossa Cor: Falam de mim, falam de você/ Falam de nós, falam da nossa cor/ Ainda nos tempos de hoje/ Existem gente sem amor. Foram quase quatro horas de show antes de se despedir convidando o povo para voltar na última edição do Baile da Santinha, dia 27, quando receberá MC G15, dono de Deu Onda, hit máster desse Verão. Os ingressos custam R$ 40 (pista), R$ 80 (camarote) e R$ 100 (lounge premium) e estão à venda na Salvador Tickets no Shopping da Bahia 2º piso. Se você se animou, corra, porque a festa tem esgotado toda semana.
E o que Leo Santana acha disso tudo? Xiiiii, gente, diz o gigante, feliz com tanta aceitação.
*Gabriela Cruz é jornalista (maravilhosa, lacradora e fechativa) que atua no CORREIO como editora do caderno Bazar e Coluna Vip