O professor de Português Jonathan Chasko, 24 anos, virou o assunto mais comentado da cidade de Cascavel no Paraná – e de outras muitas do Brasil e do mundo – depois que fotos suas vestido de drag queen em sala de aula passaram a circular pelas redes sociais. O gesto do professor aconteceu no dia 17 de maio – Dia internacional de Luta contra a Homofobia – quando Jonathan, que é formado em Letras e mestrando em Linguística, resolveu abordar em sala de aula a intolerância e o ódio que a comunidade LGBT sofre por conta da sua orientação sexual e de gênero.
Jonathan, que também é DJ, recebeu críticas, mas também elogios pela sua postura em relação ao tema. Em conversa com o Me Salte, o educador explica a reação dos alunos e da sociedade quando Sofia Ariel, sua drag, entrou em sala de aula. Veja a entrevista:
Desde quando você atua como drag queen ou foi só para a aula?
Eu comecei a fazer drag em julho do ano passado, sempre tive curiosidade e vontade e no ano passado surgiu a oportunidade e comecei a me montar, devo muito a minha colega Lust, uma drag que me ajudou muito no começo. Hoje eu, além de ser professor, sou DJ também e toco como drag queen e também trabalho como recepcionista em algumas festas.
Quando surgiu a ideia de levar para sala de aula a arte drag?
A ideia foi um relâmpago, eu estava organizando minhas coisas quando me lembrei que na semana seguinte seria o dia internacional de luta contra a homofobia, em minha primeira aula em qualquer turma eu já me assumo gay e já, de imediato, alerto aos alunos que em minha sala não haverá nenhum tipo de opressão, nem machismo, nem racismo, nem homofobia, nem gordofobia, nem nenhuma dessas opressões que fizeram do mundo um lugar chato, mas que pra quem é oprimido já é chato desde sempre. De repente pensei, por que não levar a Sofia para dar aula e foi isso, fiz um joguinho com eles de dizer que eu não iria dar aula na outra semana e que viria uma professora e na semana seguinte lá estava, a professora Sofia Ariel, minha drag.
As imagens do professor em sala de aula vestido com drag queen bombaram nas redes sociaisÂ
Vi pelas redes sociais comentários de apoio e também de críticas. O que você tem a dizer sobre eles?
É muito reconfortante o apoio e as mensagens de carinho, já as críticas, posso contar em uma mão as construtivas, a grande maioria tenta deslegitimar minha atuação apontando para minha formação, mas a maioria não sabe da existência dos documentos e leis norteadores da educação no Brasil e não sabe que esses textos prevêm que as diversidades sejam trabalhados, uma pena que muitos professores se fazem de sonsos e não assume a responsabilidade que temos em sala de aula.
Como os alunos reagiram?
Os alunos ficaram chocados nos primeiros momentos, mas em seguida foram se acostumando e se soltando e fazendo perguntas e mergulhando numa cultura que eles não conheciam bem, outros nem sequer sabiam que existia e aos poucos a aula fluiu e falamos de gênero, de sexualidade, de identidade e de cultura drag. Em todas as aulas eu trabalho questões polêmicas, seja racismo, seja intolerância religiosa, seja machismo, homofobia, e pretendo continuar abordando, meu intuito é sempre fazer com que os alunos pensem para além da curva que o sistema atual de educação no molda, eu quero que meus alunos sejam capazes de discutir temas polêmicos sem repetir os clichês.
Veja mais imagens do professor como Sofia ArielÂ
3 Comentários
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