Uma pesquisa de uma estudante de Psicologia do Centro Universitário Estácio da Bahia revelou que 95,6% das mulheres lésbicas respondentes já estiveram em pelo menos uma relação homoafetiva tóxica. Algo que chama atenção é a alta escolaridade dos casais lésbicos que têm uma relação destrutiva.
A universitária Bruna Ferraroli realizou o estudo através de um formulário online. Quarenta e seis brasileiras responderam a 40 perguntas. Para evitar constrangimentos e visando cuidados éticos, as mulheres não tiveram as identidades reveladas.
“É possível detectar alguns aspectos para identificar a experiência em relacionamentos abusivos anteriores. Os resultados reforçam o que a escassa literatura apresenta: a frequência de abuso em relacionamentos lésbicos, embora pouco investigada, pode ser alta. O estudo infere que esse padrão abusivo pode estar relacionado à construção social e cultural onde as ditas ‘paixões avassaladoras’ são fomentadas e validadas. Um fator que contribui para a invisibilidade do tema diz respeito aos papéis de gênero impostos pela sociedade, onde a figura feminina não seria capaz de cometer qualquer ato abusivo/violento”, afirma a autora.
95,6% das mulheres respondentes já estiveram em uma ou mais relações tóxicas, no entanto, apenas 65,2% das participantes identifica essa vivência de forma assertiva
Inicialmente, Bruna escreveu um artigo científico, orientado pela professora Leila Frayman e Doutor Mino Correia Rios, professor de Psicologia da Estácio da Bahia. Depois da publicação do artigo, a pesquisa ganhou uma linguagem audiovisual. Formada em artes cênicas, ela se juntou ao núcleo DelasArte para produziir dois curta-metragens com temáticas relacionadas à comunidade LGBTQIAPN+.