Primeiro Encontro de Autores LGBTQIAP+ de Salvador
24 de março de 2022
Vamos dançar? Lucas Dancer ministra curso de stiletto em Salvador; saiba mais
5 de abril de 2022

‘Todos os nossos projetos consideram sempre o pilar de diversidade e inclusão’, destaca Mauro de Sousa

Luana Lisboa, do Correio24horas para o Me Salte

A marca Turma da Mônica acompanhou gerações de pais e filhos, e continua com fôlego para, agora, acompanhar netos com uma diversificação de produtos. Com o 5º parque temático Estação Turma da Mônica inaugurado em Salvador no último dia 4 de janeiro, no Shopping Paralela, além de filmes e espetáculos previstos para lançamento nos próximos anos, além da solidificação da marca nas redes sociais, o Me Salte conversou com um dos responsáveis pelo sucesso nas recentes produções da empresa Maurício de Sousa Produções.

Mauro de Sousa, oitavo filho do maior cartunista do Brasil, além de diretor de espetáculos, parques e eventos da empresa há mais de 10 anos, foi a inspiração para a criação do personagem “Nimbus”, e agora, também será inspiração para o primeiro personagem gay da Turma.

A marca da Turma da Mônica sempre esteve em expansão desde que foi criada, em 1959. Tirinhas viraram revistas, que viraram filmes, espetáculos, e agora, a empresa está abrindo o 5º parque no Brasil, aqui em Salvador. Como a ETM chega à capital baiana? Há alguma adaptação, dependendo da região em que se instala?

Dentro do nosso planejamento de marcas de diversões está justamente o projeto Estações Turma da Mônica que são parques entre 1,5 mil e 2 mil metros quadrados com intuito de serem grandes lojas dentro de shoppings. Aqui em Salvador não é diferente. Estamos ali no Shopping Paralela, com uma área que foi inaugurada no final do ano passado, e também com lojas no Rio de Janeiro, em Olinda, em João Pessoa, e em Goiânia, com o intuito de levar um pouquinho da experiência do universo Turma da Mônica para as famílias, né?

Em cada local a gente, claro, faz uma adaptação cultural, uma adaptação regional, do shopping, do bairro, onde nós nos encontramos para que as famílias que nos visitem possam se identificar, possam se sentir em casa mesmo. Então sim faz essa adaptação local, e espera sempre trazer momentos inesquecíveis e memoráveis para todo mundo.

A Turma da Mônica tem diversos personagens minoritários. Tati, com síndrome de Down, Luca, um cadeirante, Dorinha, com deficiente visual, dentre outros. O parque de Salvador também vai refletir os valores de inclusão e acessibilidade?

Todos os nossos projetos consideram sempre o pilar de diversidade e inclusão, e a acessibilidade está inclusa no pacote. A Maurício de Sousa Produções é uma empresa com 60 anos de vida e esse pilar foi sempre muito presente, por isso que, inclusive, nós hoje temos mais de 400 personagens, com diferentes características, cada um do seu jeitinho, diferentes cidades, etnas. Então, a nossa ideia é sempre promover essa representatividade, né? E nos nossos parques, na estação, não seria diferente. Sempre promovendo a diversidade, inclusão e acessibilidade. Todos são muito bem vistos.

Nós temos ali as atrações que são acessíveis e com a ideia de que os pais possam brincar também. Então não é uma um parque só para as crianças, mas também para a família. A ideia é fazer com que os pais também possam brincar junto com seus filhos.

O parque foi projetado com base na acessibilidade arquitetônica para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, com rampas de acesso, espaço para cadeirantes e elevadores.

Ainda sobre inclusão, Maurício de Sousa mencionou, em uma entrevista em outubro de 2021, que já está havendo a discussão sobre a criação de um personagem LGBT na turma da Mônica, inspirado em você. As discussões avançaram?

A criação de novos personagens é de responsabilidade do setor editorial da Maurício de Sousa, que é um departamento diferente do que eu atuo. Sobre isso, quando nós tivermos alguma novidade, me comprometo a compartilhar todas as informações com vocês.

Nos últimos tempos, a Turma tem se expandido bastante, com o lançamento do filme live-action em 2019, o lançamento de um filme do Chico Bento previsto para 2023 e agora os parques chegando tomando as capitais brasileiras. Como está sendo projetada essa expansão da marca país afora? Para onde os parques devem ir agora, e quais são os planejamentos futuros? E com relação aos espetáculos e musicais?

Sim, a nossa intenção é poder expandir essas experiências ao vivo do grupo Maurício de Souza, e a Turma da Mônica é um desses projetos. E a gente tem nossos próprios espetáculos musicais, né?

Nós temos vários deles com os quais nós já viajamos por todas as principais capitais do país. A ideia é a gente conseguir expandir a marca Turma da Mônica, o nosso universo, em todos os tipos de plataforma possíveis, afinal de contas, nós somos uma marca nacionalmente conhecida e a gente consegue se adaptar a qualquer tipo de negócio, e por que não pra fora também, né? A gente tem uma intenção de internacionalização da marca, com o objetivo de levar a Turma da Mônica pra fora do país.

Também tem ganhado destaque nas redes sociais a administração do Twitter da Turma. Diferentemente do que é feito em outras empresas, o pessoal da social media não assume uma proximidade “forçada” com os usuários da rede, e também não assume o papel dos personagens, deixando bem claro que são contra a infantilização das marcas nas redes. Como isso se encaixa na política da empresa?

Bom, todas as redes sociais nossas são administradas por nós mesmos, não existe uma terceirização desse serviço, é tudo interno. Então, somos nós mesmos, todos os funcionários da MSP, um time bem grande e competente de pessoas que estão realmente focadas nas redes sociais, com um treinamento e de acordo com a política da empresa.

Nosso código de ética é repassado e compartilhado com todos os funcionários que obviamente precisam seguir todas essa essa conduta, né? Essas são nossas regras. E nas redes sociais, a gente percebe que realmente temos um grande diferencial pelo fato de as pessoas conhecerem, se identificarem e gostarem muito dos personagens, do universo é claro que fica mais fácil da gente conseguir criar essa comunicação, sempre mantendo obviamente o nosso profissionalismo, o nosso respeito e o carinho que a gente sabe que todos têm pela marca.

[Uma polêmica teve início no início desse ano quando um dos administradores da página fez um comentário sobre o programa Big Brother Brasil: “Será que Viny vai cair de novo?” . Um dos usuários comentou: “Errou a conta? Qual sentido de uma conta infantil comentar sobre um programa de entretenimento que nem infantil é”. A conta oficial da Turma da Mônica respondeu: “Primeiramente, não foi coelhada. Mas é preciso esclarecer que Twitter não é pra criança e a infantilização das marcas nas redes sociais desumaniza quem está do outro lado: pessoas. A MSP respeita e tem compromisso com várias gerações que cresceram com a Turma. Beijo, gente”.]

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *