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Vote LGBTQIA+: conheça as propostas de Patruska Barreiro, do Patriota

Patruska Barreiro tem 42 anos, é empresária e bacharel em Direito. Em 2016 ela tentou se eleger vereadora em Salvador, mas não foi eleita. Em 2020, retoma a empreitada pelo Partido Patriota. Em conversa com o Me Salte ela explicou suas propostas para a comunidade LGBTQIA+ e também falou sobre as causas dos animais, que também é ativista.

Conte um pouco sobre sua trajetória no movimento LGBTQIA+.
Há dez anos, quando eu entendi quem era Patruska, passei a me posicionar e a propor o diálogo, inicialmente entre aqueles que estavam mais próximo a mim, depois fui compreendendo que existia um lugar de fala importante para o avanço das discussões em torno do movimento LGBTQIA+. Inclusive vim de relacionamentos heterossexuais, tendo ciência do quanto é difícil lidar com uma estrutura social que, muitas vezes, é opressora e na qual muitas mulheres são subjugadas. Ao assumir, ao casar com uma mulher, mantendo o exercício das minhas atividades profissionais, sociais e meu ativismo, percebi que passei a representar muitas pessoas, passei a provocar o senso de empatia em outras. Compreendi que poderia, inclusive como alguém de formação religiosa cristã, ampliar as reflexões sobre o que é ser LGBTQIA+ e o nosso lugar dentro do convívio social, que dever ser onde quisermos estar e de aproveitar todo espaço para desmistificar o que é necessário e oferecer conhecimento sobre a causa.

Qual o principal projeto de vocês para a comunidade LGBTQUIA+?
Compreendo Salvador possui muitas lacunas que precisam ser preenchidas em relação à comunidade LGBTQUIA+ e, uma vez na Câmara Municipal vou estar atenta a todas elas. Mas, tenho como principal proposta a prática de ações de incentivo ao trabalho de pessoas trans e travestis em consonância com programas de estímulo ao estudo e profissionalização.

A composição da câmara de vereadores é sempre uma surpresa, mas tradicionalmente elege-se representantes das chamadas bancadas da ‘bala’, da ‘bíblia’ que não costumam ser muito sensíveis às demandas da comunidade LGBTQIA; Como você pretende dialogar nesse sentido?
Estou ciente de que nenhuma mudança ocorre da noite para o dia, até porque sou evangélica e sou casada com uma mulher há oito anos. Sei o que é transitar por grupos sociais distintos, o que é encarar o preconceito sem deixar de propor diálogo e, ao longo dos anos, tenho visto alguns resistentes, mas também tenho visto empatia e o desejo de aprender por parte daqueles que desconhecem o movimento LGBTQIA+.

Na Câmara dos Vereadores, vou continuar propondo debate e reflexão para obtenção de mudanças. Eu acredito no diálogo, nenhuma oposição ao que acredito me fará virar as costas. Não fecharei portas, estou disposta a debater ideias, a conversar, a sugerir. Penso que, desse modo, é até possível fazer novos aliados. É muito mais proveitosa uma discussão – ainda que acalorada, a exposição civilizada de ideias contrárias, do que fazer parte ou incitar mais brigas inúteis. Estarei disposta a lutar, não irei me acovardar, mas meu foco é mostrar que o melhor para a cidade é o melhor para todas as pessoas que vivem nela; que o conservadorismo, o preconceito e a LGBTfobia não coadunam com esse objetivo e nem mesmo com uma sociedade democrática.

Apesar de se candidatar como candidata LGBTQIA+ caso você vença representará 3 milhões de soteropolitanos. Quais são suas propostas para o restante da cidade e como pretende lidar com o preconceito?
Há mais de 20 anos tenho sido ativista da causa animal, que é uma questão de saúde pública. Mesmo tendo meu trabalho voltado para tal questão não deixo de acompanhar a situação de nossa cidade, nas áreas de educação, saúde e trabalho, por exemplo. Ao percorrer os bairros de nossa cidade na realização de resgates de animais e outras ações, tenho conhecido os anseios da população e muitas das necessidades das comunidades. Entre as minhas propostas de campanha estão a capacitação de multiplicadores da educação humanitária ambiental, a regulamentação do comércio de animais – pois a falta de normatizações é que ocasionam situações como a dos shih tzus que foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal, caso que ganhou as manchetes locais no mês de agosto, entre outras.

Como pretende ser a sua atuação caso seja vereadora de oposição ou do governo a depender de quem conquistar a prefeitura?
Estou me colocando à disposição das cidadãs e dos cidadãos de Salvador. Independentemente de ser base ou oposição pretendo legislar, fiscalizar o executivo, implementar projetos e lutar pela aprovação das propostas que irei apresentar para o bem comum. Vou agir de forma enérgica quando for preciso fazer valer o meu papel de vereadora. Como disse antes, a conversa será sempre o meu primeiro passo em busca do melhor para nossa cidade e para população. De uma coisa estou certa, não me candidatei para ser eleita e formar número para essa ou aquela votação, para fechar com esse ou aquele interesse. Quero atender as necessidades do município. Sempre buscarei uma oportunidade para debater, entender as razões, ouvir as justificativas e avaliar consequências referentes aos atos do executivo.

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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