A polícia prendeu mais uma pessoa envolvida na execução do homem trans Thadeu Nascimento, o Têu Nascimento, de 24 anos, ocorrida em maio deste ano. Evanildo Santos de Oliveira,43 anos, foi preso nesta terça-feira (14) depois que foi ao Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) acompanhado de um advogado depois que havia sido intimado para prestar esclarecimentos sobre o caso.
A delegada Marta Karine, da 1ª Delegacia de Homicídios do DHPP, explicou que Ivanildo confessou a participação informando que através de uma pessoa de nome Carla que fazia parte do grupo de WhatsApp tomou conhecimento que Têu estaria passando informações para a polícia. Nesse momento Ivanildo afirmou que repassou a informação para o traficante Julimar da Paixão Pereira, conhecido como ‘Lenga’, que segundo as investigações tomou a decisão mandar executar Têu.
Têu, ao contrário do que os seus executores achavam, usava sempre o celular na janela pois não tinha sinal dentro do apartamento e por isso foi confundido com um informante da polícia. O traficante de drogas Lenga foi capturado no dia 22 de outubro no Parque das Bromélias, em São Cristóvão, por unidades do DHPP.
O corpo de Têu foi encontrado no bairro de São Cristóvão, em Salvador, no dia 5 de maio deste ano na rua da Rodagem, segundo registro feito pela central das polícias civil e militar. Ele foi retirado de casa, foi espancado e assassinado.
Além de Lenga, segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, outras pessoas estão envolvidas no crime: Paulo Henrique Ângelo dos Santos e Evanildo Santos de Oliveira, já presos; Ainda estão sendo procurados Antônio Carlos Ribeiro Conceição e Jonathas Crisley Oliveira dos Santos.
Um áudio enviado via aplicativo para um outro traficante foi a prova que levou à prisão preventiva de Julimar. “Ele mandou um áudio para um comparsa explicando porque matou Thadeu”, declarou o delegado Alexandre Narita, da 1ª Delegacia de Homicídios, na manhã desta terça-feira (24), durante coletiva de apresentação de Lenga, em 23 de outubro.
Segundo a polícia, Lenga foi o mandante do crime. “Ele disse no áudio que o rapaz (Têu) era informante da polícia – o que não era. Isso porque em algumas ações da polícia em um conjunto em Fazenda Grande II, Thadeu estava na janela usando o celular. Mas isso era porque o sinal onde morava era ruim. Apenas uma infeliz coincidência”, disse Alexandre Narita.
A prisão de Lenga foi divulgada com exclusividade pelo Me Salte, que vinha acompanhando as investigações nos últimos cinco meses. Lenga já responde por homicídio na 2ª Delegacia de Homicídios (DH).
Além de Lenga, o mandado de prisão expedido no dia 18 de outubro pelo juiz José Vilebaldo Freitas, do 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri, estende-se para Paulo Henrique Ângelo dos Santos, preso por roubo de um carro dois meses depois da morte de Thadeu, e os foragidos Evanildo Santos de Oliveira, o Nildo, Antônio Carlos Ribeiro Conceição, o Capenga, e Jonathas Crisley Oliveira dos Santos, o Jonas 3D. Um sexto envolvido no crime ainda não foi identificado.
O delegado disse que no dia em que o irmão de Lenga foi baleado, Thadeu estava na janela e desde então Lenga passou e desconfiar de que a vítima passava informações à polícia. “Então, Lenga planejou o crime de uma forma de que não fosse relacionado ao fato, o que não aconteceu”, declarou o delegado.
Evanildo que tinhas ligação com o BDL, reforçou as informações de que Thadeu era informante. Então, Lenga ordenou a execução. No dia do crime, Jonathas abriu o portão de condomínio em Fazenda Grande II para Paulo Henrique e um homem ainda não identificado que invadiram a casa de Thadeu e o amarraram. “Incialmente houve a suspeita de que ele fora estuprado. Mas não foi encontrado nenhum registro de violência sexual pela perícia. Ele tinha o hábito de dormir nu”, disse o delegado. A casa foi revirada pelos bandidos para simular um roubo.
Thadeu foi levado para o bairro de São Cristóvão, onde foi torturado e morto a tiros. Segundo a polícia, Paulo Henrique e o comparsa não identificado atiraram em Têu. Após o crime, Evanildo guardou a arma do crime e posteriormente devolveu ao seu dono, Lenga.
*Colaborou Bruno Wendel