Por Thais Borges, Victor Lahiri, Larissa Silva* e Gabriel Amorim*

Daniela Mercury tem muitos sonhos. Há 20 anos, um deles se transformou no projeto Pôr do Som, o tradicional show que dá as boas-vindas ao primeiro dia do ano.

Neste 1º de janeiro, no 20º aniversário do projeto, a Rainha do Axé trouxe os sonhos para o palco no último dia do Festival Virada Salvador, na Boca do Rio. Com um olhar sobre o povo, Daniela trouxe o sonho de igualdade e respeito às minorias. Com a arte, convidou o público para uma reflexão sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, uma de suas inspirações para a apresentação.

“O tema é a liberdade, a democracia e a arte como expressão única para o país. A coisa mais linda do axé é que a gente canta o que a gente deseja. Por isso, começo o ano cantando o que desejo. Canto alegria, que é a minha revolução”, explicou a cantora, momentos antes de subir ao palco na arena que leva seu nome.

E ela fez questão de reforçar que, em 20 anos, nenhum Pôr do Som foi igual. Dessa vez, com cerca de duas horas e meia de duração, o show contou com as participações da Banda Didá, da cantora Tulipa Ruiz e de quatro crianças que participaram do clipe de Pantera Negra Deusa, lançado em novembro por Daniela.

“A vocação de Salvador, sem dúvida, é a arte. Somos o berço de dezenas de importantíssimos movimentos artísticos brasileiros”, afirmou Daniela, que vestia um dos figurinos do novo clipe, criado por ela.

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

A noite começou com O Sal da Terra e Charles Ylê, mas seguiu com músicas da própria artista, como Menino do Pelô, Swing da Cor e Rainha Má.

Para delírio de fãs como o balconista Régis Oliveira, 51 anos, também não faltou a novíssima Pantera Negra Deusa. Fã de Daniela, Régis saiu de Aracaju (SE) ontem mesmo e veio a Salvador somente para vê-la. “Ela é uma artista completa”, derreteu-se. A professora Adriana Oliveira, 35, e a servidora pública Synthya Torquato, 29, chegaram à arena para seguir a tradição dos últimos quatro anos, em que acompanham Daniela no Pôr do Som. “Daniela é muito versátil”.

Outro ponto alto do show foi quando a paulista Tulipa Ruiz subiu no palco e cantou Nobre Vagabundo com a rainha Daniela Mercury. Juntas, elas até arriscaram fazer da música um pagodão.

O último dia do Festival começou, literalmente, quente. Quem chegou por volta das 16h, para acompanhar o show do sertanejo Danniel Vieira, precisou enfrentar um forte sol, mas o calor não desanimou quem foi ao local disposto a dançar ao som do “Gordinho”. “Obrigado a vocês que vieram tomar esse sol comigo”, brincou Danniel.

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Samba no pé
O som do sertanejo foi seguido pela apresentação da sambista Mariene de Castro, que subiu ao palco com um figurino dourado, oferecendo um espetáculo à parte ao público, durante o pôr do sol. O repertório tocou o aposentado Ramalho Barreto, 65, que dançava de olhos fechados e acompanhava cada faixa. “Quando ela canta, me jogo de corpo e alma”, disse.

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Mariene recebeu a cantora Margareth Menezes. As duas presentearam o público com hits como Faraó e Elejibô. E teve também samba de roda. “Salvador não podia ter um evento dessa magnitude sem a presença do samba, afinal de contas, o samba nasceu na Bahia”, disse Mariene.

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

As três gerações da família Reis estavam ansiosas para conferir a volta do cantor Netinho, a penúltima atração do Festival Virada Salvador 2019. A matriarca Zélia, 74, a filha Iana, 42, e a neta Liz, 11, já tinham estado no festival para ver Milton Nascimento. “É muito importante ter Netinho de volta”, disse a funcionária pública Iana. Ainda cantam Rafa e Pipo Marques.

* Da 13ª turma do Correio de Futuro, com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier

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