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Sexta da Diversidade celebra empoderamento

Longe de estar enquadrada nas medidas exigidas pelo mercado da moda convencional, Renata Trindade, 22, nunca imaginou que um dia pudesse estar em uma passarela e servir de modelo para outras mulheres. Sempre me sentia fora dos padrões de beleza e tinha preconceito com meu próprio corpo, diz a estudante de Ciências Contábeis, que desfila em competições e concursos de beleza desde agosto deste ano. Ela foi uma das participantes da primeira edição da Sexta da Diversidade, que aconteceu no Espaço Conceito Bazar, no Shopping da Bahia (2º piso), na noite de ontem.

O evento contou com a participação de cerca de 70 pessoas e foi realizado pelo Bazar em parceria com o canal Me Salte e com a Revista Plus. Na roda de conversas, representantes de movimentos de mulheres consideradas acima do peso, além de performance da drag queen Ferah Sunshine, que fez duas apresentações: a primeira com vestido vermelho ao som da música And I Am Telling You, do musical da Brodway Dreamgirls.

Na segunda, com um look inspirado no Ilê Aiyê, ela dublou Que Bloco é Esse?. O objetivo deste bate-papo é articular moda, gênero e identidade negra e gorda, afirmou Naiana Ribeiro, criadora da Revista Plus, ativista de engajamento do CORREIO e uma das mediadoras do bate-papo.

Representatividade
No encontro, palavras como empoderamento, orgulho e representatividade foram ouvidas com frequência. Faz sentido: há pouco tempo que estes termos começaram a ser utilizados por mulheres consideradas acima do peso na luta contra a gordofobia. De um ano para cá, venho percebendo que existe um aumento na afirmação da mulher gorda. A gente tem visto as gordas invadindo o São Paulo Fashion Week, as praias, todos os espaços, defende a criadora do portal de estilo plus size Baiana Size, Lourani Maria.

Confira algumas imagens do evento 

Quem também acha importante se ver representada nas mídias e em espaços como o SPFW é Najara Black, há 11 anos à   frente da N Black, marca que utiliza referências afros e que mais recentemente tem se dedicado também à   moda plus size. A empreendedora disse que, antes dos movimentos que buscavam o empoderamento da mulher gorda, ela só usava roupas de tons escuros para amenizar suas curvas, além de se preocupar em chamar atenção pelo peso. Hoje, eu uso todas as cores, tudo o que acho transado, comemora.

Uma das líderes do movimento Eu Me Amo, Eu Amo Minhas Curvas, Tarcila Rocha, também teve que lidar com uma mudança brusca na sua autoestima depois de ter entrado no movimento contra a gordofobia. Quando nos encontramos nos problemas dos outros, percebemos que não estamos sozinhas e passamos a nos sentir muito melhor, afirma.

Segundo ela, projetos como concursos de beleza para mulheres gordas e empreendimentos que visam este público ajudam essas pessoas a se sentir incluídas e respeitadas. Também participaram do bate-papo Cynthia Paixão, dona da marca Cynd Biquínis, Adriana Santos, do movimento Vai Ter Gorda, e a fotógrafa Helemozão, idealizadora do projeto Gorda Flor. Quinta-feira, das 14h à  s 16h, na loja que fica no segundo piso do Shopping da Bahia, vai ter a Reunião de Pauta do Bazar, com sessão de fotos para a coluna Visu.

No dia 18 de novembro acontecerá a segunda edição da Sexta da Diversidade com coletivo Afrobapho e Gordivas.

*Texto: João Bertonie e Lidenilson Marinho, integrantes do 11º Programa Correio de Futuro

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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