Será lançado oficialmente nesta terça-feira (09), às 9h, o Projeto PrEPara Salvador que será um espaço voltado à prevenção do HIV para adolescentes gays, mulheres trans e travestis, entre 15 e 19 anos. O lançamento acontecerá no Casarão da Diversidade – Rua do Tijolo, nª 8, Pelourinho.
Esse é o primeiro estudo da América Latina que busca demonstrar a efetividade da Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP) entre jovens e que pode ajudar a conter a epidemia do vírus nessa população. Durante o evento, será apresentado de forma lúdica e descontraída um panorama das estratégias de prevenção do projeto.
Desde abril deste ano, quando começou a funcionar, o PrEPara Salvador já conseguiu a adesão de 40 jovens. A meta é alcançar 400 participantes na cidade em dois anos. Para garantir a prevenção, os interessados precisam tomar um comprimido composto por dois antirretrovirais diariamente.
A abertura será apenas para convidados. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), foram diagnosticados 2.714 casos de HIV na Bahia em 2018. Desses, cerca de 41% somente em Salvador (404 casos). Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de pessoas vivendo com HIV saltou mais de 700% em 10 anos (2007-2017) entre os indivíduos de 15 e 24 anos.
O risco também é maior em determinadas populações-chave para a epidemia, como homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres transexuais, além de profissionais do sexo e pessoas que usam drogas, devido aos contextos de vulnerabilidade. É com base nesse cenário que o projeto pretende atuar.
O projeto PrEP 15-19 tem como objetivo a prevenção do vírus HIV entre adolescentes gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres transexuais, entre 15 e 19 anos, nas cidades de Salvador, Belo Horizonte e São Paulo.
Na capital baiana, o estudo ganhou o nome de PrEPara Salvador e funciona no Casarão da Diversidade, localizado no Pelourinho, Centro Histórico da cidade. O projeto é financiado pela agência Unitaid, organização internacional que investe em inovações para prevenir, diagnosticar e tratar HIV/aids, além de outras ações de saúde.
O estudo também é coordenado na cidade pelos professores Luís Augusto da Silva, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC/UFBA) e Laio Magno, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Antes de iniciar o uso do medicamento, os participantes precisam atender a uma série de critérios. É necessário ter um histórico de relações sexuais desprotegidas (sem camisinha) nos últimos seis meses, já ter feito uso repetido da PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) devido à exposição sexual ou ter diagnóstico de alguma infecção sexualmente transmissível (IST), que não seja o HIV, também nos últimos seis meses. “Para usar a PrEP, a pessoa tem que ser HIV negativo”, esclarece a coordenadora.
Os interessados passam por um questionário psicossocial, consulta de enfermagem, exames físicos e laboratoriais, teste de HIV e avaliação médica para saber, por exemplo, se sofrem de algum tipo de disfunção renal, hepática ou fraturas expostas.
Apesar do foco no controle da epidemia de HIV com uso da PrEP, o projeto tem obtido resultados importantes para o diagnóstico e tratamento de outras doenças, como sífilis e infecções bacterianas, entre os participantes. A coordenadora Inês Dourado destaca, inclusive, o incentivo ao uso da caminha como parte dessa atuação.59