O preconceito mostra sua face na sétima arte. A Comissão de Classificação de Cinema do Quênia (KFCB) proibiu exibição no país do filme Rafiki, da diretora queniana Wanuri Kahiu, que na semana passada foi incluído na seleção oficial do próximo Festival de Cannes.
Rafiki (palavra que significa “amigo”) é a adaptação cinematográfica do conto Jambulka Tree, da escritora ugandesa Monica Arac Nyeko, e conta a história da amizade e da paixão entre duas jovens mulheres, Kena e Ziki, apesar de as respectivas famílias serem opositoras políticas.
O KFCB informou que a medida tem o objetivo de não “legitimar o romance lésbico”, o que supostamente irá contra os valores da sociedade queniana. Rafiki – primeiro filme queniano a chegar no maior festival de cinema do mundo – está proibido no Quênia, onde ligações homossexuais também podem ser penalizadas com cadeia, em decorrência das velhas leis coloniais.
“Eu verdadeiramente esperava que a comissão classificasse [o filme] para maiores de 18 anos. Porque o público queniano é já um público maduro e com discernimento suficiente”, disse Wanuri Kahiu à BBC. A decisão da KFCB foi anunciada com o hashtag #KFCBbansLesbianFilm.