Foi preso no último dia 10 o casal Luciano Gomes dos Santos, de 26 anos, e Jeane Dias da Silva Gomes, 27, acusado de esfaquear a transexual Natylla Mota Barreto, 21 anos, há pouco mais de um ano, em Maiquinique, no sul da Bahia.
No dia 8 de outubro de 2016, a vítima estava com o namorado na Praça Willian Valadão, no centro da cidade, quando os dois começaram a ser hostilizados por um grupo de três mulheres e um homem. O grupo gritava palavras homofóbicas e dizia que ali era um “lugar de família”. Natylla rebateu e houve uma discussão que acabou deixando o namorado da vítima levemente ferido na mão. A vítima saiu para acompanhar o namorado ao hospital e justamente quando estava saindo foi atacada no local, segundo relato dela ao GGB. Atingida com golpes de faca, chutes e murros, Nattylla teve atendimento negado no hospital da cidade.
Logo depois do crime, os dois fugiram do estado. De acordo com o delegado Irineu Andrade, titular da DT/Macarani, a polícia recebeu informações de que o casal teria retornado à região, estabelecendo-se em Maiquinique. Confirmada a presença deles, Jeane foi a primeira a ser presa, indicando que o marido estava escondido em Macarani.
“Com a prisão do casal e o interrogatório dos dois, a Polícia Civil encerrou as investigações relacionadas ao crime”, disse o delegado Irineu Andrade, que enviará à Justiça a conclusão do inquérito nos próximos dias. Luciano e Jeane estão à disposição da Justiça.
Repercussão
À época, um vídeo circulou nas redes sociais com imagens de Nattyla sendo agredida dentro de um hospital onde se arrastava em busca de atendimento. O caso teve grande repercussão. O deputado federal Jean Wyllys foi um dos que comentou ocorrido. “Esse caso brutal é mais um de um extensa lista de pessoas trans e travesti que vêm sendo agredidas e mortas em todas as regiões do país por motivação preconceituosa”, afirmou o deputado. O caso ganhou repercussão pois o vídeo da agressão foi divulgado nas redes sociais.
A população de Maiquinique realizou um protesto em frente da unidade de saúde para criticar a atitude transfóbica por parte dos profissionais que se recusaram a atender Natylla que havia sido agredida anteriormente na praça da cidade com socos e facadas.