Seis meses após os professores da rede estadual de ensino da Bahia, Edivaldo Silva de Oliveira, o Nino, e Jeovan Bandeira, serem assassinados na cidade de Santa Luz, a 260 quilômetros de Salvador, nesta quinta-feira (08) a Polícia Militar da cidade conseguiu prender uma mulher e apreender um adolescente que são suspeitos de cometer o crime. Os professores, que eram homossexuais e amigos, eram muito queridos na cidade e houve dezenas de manifestações de carinho e pedidos de Justiça pela morte deles.
Segundo a PM, Gleice da Costa Anjos, de 19 anos, e um adolescente de 17 anos participaram da morte dos professores e confessaram o crime. A dupla, segundo informações do portal Notícias de Santa Luz, apontou Alan Militão Pires, morto na última terça-feira (6) após deixar a delegacia da cidade de Valente onde estava preso por tráfico de drogas, como mentor do crime após uma tentativa de sequestro frustrada.
Segundo informações da PM, Gleice disse que participou do crime que teria começado com o sequestro dos professores, mas o grupo resolveu matá-los depois que se envolveram num acidente de trânsito. Os professores estavam no porta-malas do carro quando aconteceu o acidente e depois foram queimados.
A dupla foi encaminhada para a delegacia da cidade onde prestaram depoimento na tarde de hoje, mas tiveram que ser transferidos para outra cidade. Segundo moradores de Santa Luz, a população tentou invadir a delegacia e a dupla foi levada pelo delegado João Farias, que comanda as investigações, para outra unidade policial para serem colhidos os depoimentos. O corpo de Jeovan Bandeira ainda está no Instituto Médico Legal sendo periciado e, mesmo depois de seis meses do crime, ainda não há prazo para liberação para sepultamento.  O corpo do professor Edivaldo foi reconhecido pela arcada dentária na época do crime e já foi sepultado.
O delegado João Farias, que apura o caso, disse à BBC Brasil, à época do crime, que a homofobia é uma das possíveis motivações das mortes. A casa de Edivaldo foi encontrada revirada após o crime, mas objetos de valor, como computador, não foram levados.Eles eram muito amigos e muito queridos na cidade. Também não teriam inimigos. Já ouvimos várias pessoas e por enquanto não descartamos nenhuma hipótese, disse o delegado. O Me Salte tenta contato com o delegado desde o início da manhã, mas até o momento da publicação ele não atendeu nossas ligações em função das buscas.
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