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Poetas, escritores e músicos fazem sarau para promover direitos de jovens negros e pessoas em situação de rua

O Programa Corra pro Abraço realiza nesta quinta-feira (30) o evento Poesia Marginal – Quem sou eu? Negritude nasce e gira arte!, das 15h às 19h, na Praça do Campo da Pólvora, Nazaré, em Salvador. O objetivo é a partir de diversas expressões, despertar, conhecer e visibilizar a produção artística negra nas ruas, trabalhando resistência, voz, protesto e protagonismo destas pessoas, promovendo reflexões sobre identidades e pertencimento. O evento contará com batalhas de poesia e rap e a participação de artistas e coletivos. Também haverá concurso de poesia entre os assistidos do programa.

Lívia Natália é uma das participantes

Lívia Natália é uma das participantes

Já confirmaram participação a poeta Livia Natália, o escritor Jairo Pinto, a escritora Joana Flores, a jornalista e idealizadora do Mais Amor Entre Nós, Sueide Kintê, o poeta Tiago Gato Preto, o grupo JAER – Juntos pela Arte e Educação na Rua, o artista Antônio Costa, os atores Leno Sacramento e Sergio Laurentino, do Bando De Teatro Olodum, os grupos Batalha no Park e Arte Popular A Pombagem, o Coletivo Atuar e o Coletivo ZeferinaS.

Para Trícia Calmon, coordenadora pedagógica do Corra pro Abraço, um dos principais intuitos a ser alcançado com essa intervenção urbana é refletir sobre os sentidos da poesia marginal, partindo de onde vem e sua construção. “É importante fomentar a produção artística junto aos assistidos do programa, visibilizar a produção de quem já se expressa a partir da poesia e da música na rua e reunir artistas, poetas e músicos, negros, junto a esses sujeitos que a partir da rua vão contando suas histórias”, conclui.

Segundo a pesquisa “Cartografia dos Desejos e Direitos: Mapeamento e Contagem da População em Situação de Rua na Cidade de Salvador”, realizada pelo Projeto Axé, das 22.498 pessoas em situação de rua na capital baiana, 88,9% são negras (entre pretos e pardos). Essa estatística reflete o racismo institucionalizado, ou seja, a discriminação racial que se reflete no cotidiano produzindo estigmas e fundando desigualdades e o descaso com a vida de homens e mulheres negros/as e empobrecidas. “A negação da existência do racismo pela sociedade é uma barreira para que a cidadania destas pessoas seja reconhecida, dificultando o acesso a rede de cuidado e atenção, no que diz respeito a saúde, justiça e assistência social”, destaca Denise Tourinho, Superintendente de Políticas de Drogas e Atenção à Populações Vulneráveis (Suprad/SJDHDS).

O Programa Corra pro Abraço, iniciativa da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia (SJDHDS), já utiliza em sua metodologia de trabalho cotidiana debates sobre enfrentamento ao racismo e relações raciais. E, neste mês, irá intensificar a discussão em suas atividades de arte-educação e comunicação, como leitura e interpretação de músicas, contação de histórias e leituras de poesia marginal. O Novembro Negro é dedicado à celebração da luta negra no combate ao racismo e de suas contribuições para a formação do Brasil. Faz referência ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data conquistada a partir das lutas do movimento negro e em homenagem ao líder quilombola Zumbi dos Palmares.

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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