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O que fazer quando descobrir que seu filho é gay?

Dizem que o amor de mãe não tem limites. Falam que as mães amam seus filhos acima de qualquer coisa. Argumentam que elas entram em qualquer conflito para defender sua cria. Tudo isso é verdade, mas quando elas descobrem que são mães de uma pessoa LGBTQIA+ por um instante (meses, anos e em alguns casos a vida inteira) todo amor, defesa e compreensão desaparecem.

O momento da ‘revelação’ para a família da sexualidade é algo atormentador. Miutos buscam no apoio maternal o primeiro colo para esse passo crucial na vida de qualquer um de nós. A escolha da mãe certamente deve-se pela ‘certeza’ de que naquele colo haverá amor. Mas nem sempre é assim.

Nos idos de 2005 quando minha família descobriu que eu era gay minha mãe entrou em colapso. Meu pai já tinha morrido e acabei contando para minha irmã caçula que eu estava namorando um rapaz. Dias depois ela contou para minha mãe que entrou em pânico. Desmaiou, foi parar no hospital e por um instante pensei que nunca mais ela me amaria.

Os primeiros dias após a ‘revelação’ são terríveis. A sensação delas é que não conhecem o filho que botou no mundo. Mais do que isso….começa uma auto condenação achando que ‘erraram’ em algum lugar.

Não, não! Não houve erro em lugar nenhum. Não há erro em amar, cuidar e proteger. Muitas mães – assim como a minha – passam por momentos difíceis sem saber o que fazer quando descobre a sexualidade do filho. Mas a chave para resolver a situação é simples: amor e acolhimento.

Foi o que aconteceu comigo. O amor curou os medos, angústias e dúvidas maternais. Da resignação em não ter ‘netos do meu sangue’ à apresentação do genro na família houve bastante tempo mas o amor suplanta tudo.

O amor maternal é o que resolve. É o que conforta o coração e da forças para enfrentar o preconceito que existe longe do colo da mãe. Salvo raras exceções não há uma mãe que não ame o seu filho. É óbvio que elas sempre vão querer se meter nas nossas vidas para apontar direções que elas julgam serem as melhores. Cabe aí o diálogo e o acolhimento.

 

Nós LGBTQIA+ precisamos buscar o apoio maternal como fortaleza. As mães precisam também da nossa ajuda nesse entendimento. O amor precisa ser recíproco. Além disso, é preciso informar e educá-las para entender termos e expressões de gênero que estão fora do universo delas.

As mães, por sua vez, além do apoio dos filhxos podem e devem buscar ajuda de outras mães e pais que já ultrapassaram a barreira inicial do espanto e converteram tudo em amor.

Na Bahia, por exemplo, há o grupo Famílias pela Diversidade (no facebool e instagram é fácil de achar). Esse acolhimento em grupo tem uma vantagem: dizem que mães são todas iguais e que só mudam de endereço. Ou seja, entre iguais elas vão se entender nas suas ‘coisas de mãe’.

Unidas na luta juntas com seus filhos as mães são as melhores parceiras. Afinal, não há nesse mundo ninguém melhor para defender um filho do que uma mãe. Elas sempre saberão acolher, defender e lutar pelas suas crias. São elas que podem acessar o seio familiar e promover o acolhimento real dos filhos LGBTQIA+.

Hoje, como é Dia das Mães, aproveite a data onde o amor é maia aflorado e busque esse acolhimento maternal. Afinal, o amor de mãe é eterno e certamente tem espaço no coração para os filhxs coloridos.

Te amo, mainha!

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

4 Comentários

  1. Carmen huatt disse:

    Nao faça nada! Continue o amando do mesmo jeito….

  2. Waldecir disse:

    Amar muito mais!!!

  3. Lenise disse:

    Acolher, aceitar, respeitar.

  4. Luciene assunção da Silva disse:

    Não se pode generalizar, quando vc afirma “. Tudo isso é verdade, mas quando elas descobrem que são mães de uma pessoa LGBTQIA+ por um instante (meses, anos e em alguns casos a vida inteira) todo amor, defesa e compreensão desaparecem.”. Uma coisa é seu exemplo. Outra, as mães não são iguais, ainda bem, porque se fosse seria uma chatice. Também acho que deveria ser estendido para os pais, porque a cobrança do amor materno, que é um mito, precisa ser descontraído.

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