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O dia em que pediram para eu retirar uma reportagem do Me Salte: ‘Não é preconceito?’ Claro que é sim!

Desde a última quarta-feira (28) estou sendo procurado por uma jornalista de uma empresa do Rio  de Janeiro que assessora um cirurgião plástico. O objetivo dela era fazer uma entrevista com o cliente sobre cirurgia plástica de nariz. Hoje, depois que coloquei a reportagem e publiquei no Me Salte, canal de notícias LGBTs do jornal CORREIO, recebi a ligação da assessora informando que não ‘sabia que eu iria colocar o conteúdo num portal gay’ e pedindo que eu retirasse o conteúdo. Obviamente ela disse que não ‘era preconceito’, mas que achava melhor que o conteúdo não estivesse lá pois ‘não queria rotular o cliente’.

Nesse momento respirei. Parei o que estava fazendo no corrido plantão do dia 2 de julho (data cívica da Bahia) e disse
que recebi a sugestão de pauta dela, avaliei – tenho autonomia e posso optar onde usar melhor o conteúdo que é sugerido – e achei que poderia ser útil para os gays que são seguidores do canal (e não só para eles afinal o Me Salte tem um publico bem diverso) que o conteúdo lá estivesse postado. Afinal, o Me Salte tem ampla circulação e chega aos mais diferentes públicos.
É triste e sofrido ouvir as vozes do preconceito ressonante disfarçada de uma reflexão sobre a sociedade. A referida
assessora falou, reafirmou e enfatizou que por eu ser gay estava querendo obrigar todos a serem. Não, não quero! O que quero é que as pessoas tenham direito de serem quem são sem que sejam julgadas e condenadas por isso sem mesmo ter direito de defesa.

Não sei se o cliente dela tem alguma interferência nisso, mas o Me Salte existe para que as pessoas tenham acesso à informação de forma ampla. Ser ou não ser gay não faz diferença. Cada um tem o direito de ser o que é e agir como quer. Mas na sociedade em que vivemos – principalmente quando se fala em comunicação – não se pode limitar a circulação das notícias.

Será que o cliente dela que, repito, não sei se tem o mesmo posicionamento dela sabe que uma pesquisa da inSearch Tendências e Estudos de Mercado mostra que 83% dos homossexuais pertencem às classes A e B? E que consomem 30% mais procedimentos de beleza do que heteros? Nessas horas pouco importa, né! Muitas são as pessoas, empresas e afins que se escondem para receber os LGBTs. O dinheiro é bem vindo, mas não pode mostrar a cara.

O discurso do preconceito é sempre o de usar a máscara de que não se é preconceituoso. Feliz ou infelizmente eu vivo numa bolha onde sou acolhido e convivo com pessoas das mais diversas orientações sexuais. Hoje essa bolha foi furada. O conteúdo, obviamente, deletei na hora. Mas fica a lição de que o preconceito segue firme e mascarado nas diversas formas.

E é por isso que existo, que muitos amigos existem e que o Me Salte existe para gritar e lutar por direitos livres!

Nenhum preconceito me calará!

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

1 Comentário

  1. Rodolfo disse:

    Muito bom seu site, conteudo de qualidade. Obrigdo por compartilhar conosco. Abraço e muito sucesso pra vc.

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