O Hospital da Restauração (HR), no Recife, confirmou na manhã; desta sexta-feira, 9, a morte de Roberta Nascimento Silva, 33 anos, mulher transexual que teve o corpo queimado enquanto dormia no centro da capital pernambucana, no fim de junho. O óbito ocorreu por volta das 9 horas. Ela foi a quarta pessoa trans assassinada em Pernambuco em menos de um mês.
Roberta teve 40% do corpo queimado e estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR. Desde que sofreu o ataque, ela precisou amputar os dois braços. A primeira cirurgia para a amputação do braço foi em 26 de junho, no membro esquerdo, na altura do ombro. No dia 30, ela precisou amputar o braço direito. De acordo com o HR, o ataque provocou queimaduras de terceiro grau, chegando à musculatura.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), “lamentou profundamente a morte“, e disse que nova casa de acolhimento à população LGBT+ homenageará Roberta. “Lamento profundamente a morte da mulher trans Roberta da Silva. É intolerável qualquer vida perdida para o ódio e para o preconceito. Vamos avançar com novas ações para ampliar o atendimento a esta população, como a Casa de Acolhida LGBTI+, que irá receber o nome de Roberta”.
Nas redes sociais, a Codeputada estadual do Juntas Robeyoncé Lima (Psol), quem inicialmente divulgou o caso, também lamentou a perda: “Me foi informado agora pouco do falecimento da companheira Roberta. Atacada de maneira cruel, ela foi mais uma vítima da transfeminicídio em Pernambuco. Mandemos boas energias para que ela tenha uma passagem serena e também honremos sua memória”.
O caso aconteceu no dia 24 de junho e ela seguiu internada desde então. Após ter tido o braço esquerdo amputado, Roberta apresentou melhora. Ela estava consciente e respirando sem ajuda de aparelhos. No entanto, no último domingo, 4, ela precisou ser intubada novamente, com depressão respiratória e foi transferida para a UTI no dia seguinte. O suspeito de cometer o ato infracional, por ser adolescente, foi apreendido e levado para um serviço de atendimento.
De Katarina Moraes e Ana Maria Miranda do Jornal do Commércio para a Rede Nordeste