Baiano de Alagoinhas, o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) recebeu nesta sexta-feira (09) o título de cidadão soteropolitano. Apesar do contexto local, em conversa com o Me Salte, Jean não deixou de transparecer sua preocupação sobre a votação prevista para acontecer na próxima segunda-feira (12) que julgará o processo de cassação de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados.
As perspectivas em caçar Eduardo Cunha não são boas. Ele chantageou publicamente os 150 deputados que ele tem na mão através da imprensa. Ele chantageou o próprio presidente da república (Michel Temer) e a imprensa tem tratado isso de forma muito natural. Há uma possibilidade dele não ser cassado a medida que ele tem esses deputados nas mãos. Vai ser uma vergonha para o país. Há uma possibilidade de Cunha não ser cassado porque a gente está vivendo um regime de exceção. E nesse momento de exceção a Justiça não está sendo feita, destacou Jean. São necessários, pelo menos, 257 votos favoráveis para a perda do mandato do total de 512 parlamentares.
Ao refletir sobre o cenário político nacional, Jean reiterou o discurso que de a deposição da ex-presidente Dilma Rousseff tratou-se de um golpe. A nossa jovem democracia foi golpeada. O golpe dessa vez não teve como protagonista os fuzis e as baionetas das forças armadas mas teve com o abre alas o parlamento e o judiciário. Mas, ainda sim, é um golpe que rompe com as vertentes democráticas, que tripudia da população brasileira. É um golpe que empodera partidos que foram derrotados nas últimas quatro eleições. Eles deram um golpe na democracia, analisou.
Na projeção para 2018, Jean enfatizou o desejo de que haja, antes disso, novas eleições no país. Eu espero que tenhamos eleições. Depois do golpe nem isso temos certeza se terá. Essa camarilha de corruptos que assaltou a república e que é maioria no parlamento pode mudar a regra do jogo no meio do jogo. Eles já provaram que podem fazer isso. Nós temos que batalhar, na verdade, para que tenham eleições já no ano que vem . Queremos diretas já, disse Jean.
O parlamentar, que já está no seu segundo mandato com o deputado pelo Rio de Janeiro, destacou que, em 2018, deve seguir disputando as eleições, mas não como postulante à presidência da República como alguns setores do seu partido, o Psol, defendem. Talvez deputado federal, talvez senador. Presidente da República é outra historia, sinaliza.
Sobre as declarações do filho de Jair Bolsonaro, que é candidato a prefeitura do Rio, e disse que cortaria as verbas da parada gay ele foi enfático: “Canalhas gostam de arrotar moralismo mas eles são quase sempre canalhas”.