Euvira, performer da Bahia que está fazendo sucesso em SP, faz curta temporada em Salvador

Euvira lacra! Quem acompanha o Me Salte desde o começo ficou acostumado em ver a face contestadora dela por aqui. Mas, ela está afastada da cena soteropolitana por razões especiais: ela está arrasando na cena de São Paulo no trabalho com performer. Esse mês, ela fará uma curta temporada em Salvador com direito até a performar em cima de um trio elétrico na 15ª Parada do Orgulho LGBT da Bahia – que ela denominou de dendê tour.

Na terra da garoa, a Euvira drag – que tinha um estilo mais focado em makes e figurinos em tons de preto – deu lugar a Euvira mais performer. “Atualmente eu tenho trabalhado muito mais como performer do que como drag e quando digo isso não quero dizer que drag não seja um ato performático, mas sim que não tenho feito shows de dublagem, minhas maquiagens são bem distintas da Euvira ‘clássica’ (preto, salto alto, turbante…)”, contou Euvira, em entrevista exclusiva ao Me Salte.

Atualmente, Euvira é hostess residente em duas badaladas festas – a ODD e a BLUM – que são festas de música tecno. Ela também está performando na Mamba Negra, festa de música tecno, e na Kevin, que é uma festa de acontece num clube de sexo/sauna.

Euvira conta que, com a vivência em São Paulo com outras drags e performers, tem explorado outros caminhos artísticos. “Tenho me reiventado e inovado na montação com muita influência da cultura clubber e tranimal – semelhante ao que Malayka SN (aqui de Salvador) faz e tenho me inspirado muito nela pra desenvolver minha imagem visual nessas festas”, conta Euvira que antes de ir para São Paulo dividia o palco à  s terças no bar Âncora do Marujo com Malayka SN.

Mas, apesar de ter mudado a forma de se montar e se apresentar, ela garante que não mudou a sua essência temática: “Não deixo de lado minhas denúncias contra o racismo e os padrões de beleza. Aqui em São Paulo existe muito racismo e de forma bem velada, mas não deixo passar nada. Estou sempre questionando as pessoas, os produtores, os artistas e mostro que o fato deu vindo da Bahia/Nordeste  não é motivo pra eu ser tratada de qualquer maneira. Eu protesto sempre, seja nas minhas performances seja nos meus mini textões no facebook”, destacou Euvira – do jeito que a gente gosta e conhece!

“Não vim para São Paulo tentar a sorte. Eu vim porque a noite de São Paulo precisava me conhecer e me ouvir. Me coloco como um artista maduro e inteligente e não um nordestino matuto como é costume de se pensar/falar aqui”, alerta Euvira que já está em São Paulo há três meses.

Além disso, está trabalhando no Centro de Cidadania LGBT de SP como articulador/produtor cultural organizando eventos nas ruas, com a unidade móvel, pra promover os serviços que o Centro oferece. “Aos domingos me apresento no Largo do Arouche fazendo show semelhante ao que Valerie O’rarah faz na Creperia  La Bouche, em Salvador. Vale lembrar que Valerie foi/é minha grande influência na arte do transformismo e dublagem”, enfatizou Euvira.

Euvira no concurso Antropofagia Drag Queen, em Salvador, antes de embarcar para São Paulo

Tá com saudades de Euvira? Veja detalhes da Dendê Tour!
Nesta terça-feira (6)  começa a Dendê Tour de Euvira em Salvador. A partir das 0h, ela volta a se apresentar na Terça Mais Estranha do Mundo – no bar Âncora do Marujo na Rua Carlos Gomes/ingresso: R$ 5 – que agora segue a todo vapor sob o comanda de Malayka. “Estou muito feliz em poder voltar pro Âncora e saber que o projeto que eu construir de criar um espaço onde diversas linguagens artísticas e diversos tipos de artista pudessem de expressar de forma livre está forte e cada dia melhor. Isso não seria possível sem a inteligeêcia, a força e a poesia de Malayka. O Âncora é minha casa, minha maternidade e minha escola e eu sempre vou levar aquele lugar e as pessoas que trabalham lá no meu coração”. 

Nos dias 08, 09 e 11 de setembro, Euvira vai participar da II Semana fora do armário. “No dia 08 eu performo no Passeio Publico junto com os djs da Batekoo, Afrobapho, Tombo e Pragtecno-ba à  s 20h. No dia 09 vou performar na TROPOS Co. no Rio Vermelho e no dia 11 vou ser a Margareth Menezes por um dia e puxar o trio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Direitos Sociais à  s 15h no Campo Grande”, conta Euvira que no dia seguinte voltará para o frio da paulicéia desvairada.