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É verdade! Conheça Marcos Dione, o repórter lacração do Acre que é fã de Sikêra Júnior e Pabllo Vittar

O jornalismo policial televisivo, normalmente, é feito por repórteres sisudos e com um estereótipo clássico do ‘macho alfa’ que vai nas delegacias, humilha presos e fere os direitos humanos. Nos últimos três meses, o Brasil ganhou uma nova face desse jornalismo pela voz de Marcos Dione. O jovem comunicador, de 25 anos, resolveu adicionar doses de lacração em suas reportagens que são exibidas na ABCTV, que é uma afiliada da RedeTV no Acre. Com o bordão ‘É Verdade’, Dione faz suas reportagens de forma irreverente – já gravou até dentro do buraco de uma ponte – e seus vídeos viralizam pelo país a exemplo do mais recente de quando ele estava em frente a uma delegacia e quase foi atropelado por um caminhão.

Veja o mais recente vídeo de Marcos que viralizou:

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Bota a cara no sol bb rs #ÉVERDADE

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O Me Salte conversou com Marcos que nos contou sua trajetória de vida, falou sobre preconceito e seus sonhos na televisão, onde faz vários tipos de reportagem, mas principalmente relacionadas a casos policiais. Conheça Marcos Dione, o repórter lacração do Acre que viralizou no Brasil e é fã de Pabllo Vittar:

Marcos Dione é acreano, tem 25 anos é formado em Marketing. Há três meses ele começou a trabalhar na frente das câmeras na ABCTV, que é uma afiliada da RedeTV no Acre.

“É a primeira vez que trabalho no telejornalismo. Comecei a trabalhar no jornalismo em 2016, quando fui contratado para trabalhar em um site de notícias aqui do meu estado, depois fiz rádio e só agora com muita insistência tive uma oportunidade na televisão. Cresci em um bairro periférico de Rio Branco, onde moro até hoje, estudei a vida toda em escolas públicas. Meu pai servente de pedreiro e minha mãe cuida da casa”, conta Marcos que tem quatro irmãos.

Todas as vezes que ele aparece em uma de suas reportagens ele repete o mesmo ritual: começa de costas, vira e diz ´É verdade’. O bordão, que viralizou no Brasil, surgiu por acaso.

“Toda matéria que eu fazia pro nosso jornal local eu sempre iniciava dizendo “é isso mesmo” e acabou que ficou algo muito repetitivo. Certo dia eu e Jailson Fernandes, meu cinegrafista, estávamos em uma delegacia quando decidi inovar dando uma viradinha e dizendo “É verdade”. Um policial que estava na sala filmou discretamente os bastidores e jogou o vídeo na internet. Acabou que viralizou. Como não sou besta, adotei o bordão e desde então início todas as matérias dizendo “é verdade””, recorda.

Veja abaixo o vídeo que deu início ao sucesso de Marcos na TV e nas redes sociais:

Marcos explica que, no Acre, até pouco tempo só tinha um telejornal policial no horário do almoço. “É um jornal pesado, com os repórteres sérios e um apresentador que está sempre com raiva gritando. No nosso programa decidimos fazer diferente, tentar levar as informações de uma forma mais leve e descontraída, com uma linguagem bem popular. Obviamente respeitando as pessoas e amenizando quando se trata de assassinatos e tal”, ressalta o repórter que destaca que na profissão se inspira no colega Bruno Fonseca, de Manaus; no Sikêra Júnior do Alerta Nacional, na RedeTV; e no falecido Marcelo Rezende.

Foto: Acervo Pessoal

Além da televisão, Marcos tem uma inspiração na diva do momento. “Mana, sou fã da Pabllo Vittar, da arte dela e da história de vida dela”, resume.

Preconceito e resistência

“Existe dentro da nossa classe o preconceito com os repórteres do policial. Acho uma idiotice. Eu não me classifico como repórter policial, sempre digo que sou jornalista e faço matéria sobre tudo, inclusive casos policiais. Sempre sonhei em fazer jornalismo policial. Na verdade eu, desde criança, sempre sonhei em trabalhar em televisão. Fui chamado pra fazer reportagens policiais porque quando trabalhei no site minhas matérias sobre crimes se destacavam. Eu dava furo nos demais sites e também tenho boas fontes”, explica o repórter.

Marcos precisa encarar o preconceito diariamente não apenas pelo jornalismo policial, mas também por conta da sua sexualidade. “Tenho sido alvo de comentários horríveis por parte dos colegas jornalistas de outras emissoras aqui da minha cidade. Meu patrão também é vítima disso, tentam desmoralizá-lo dizendo que ele tem um repórter veadinho, uma bicha repórter e insinuam que ele está me pegando. A maioria, quando encontram comigo nas externas nem falam comigo, fingem que nem existo. Eu também não dou a mínima. Faço o meu trabalho e vou embora. Eles que me engulam. Nunca fui de me preocupar com a opinião de quem não gosta de mim”, destaca.

Marcos no começo da carreira

Apesar do preceito, Marcos conta que sua visibilidade tem inspirado outros LGBTs.

“Recebo muitas mensagens de pessoas que acham legal a forma natural como faço minhas reportagens. Muitos falam que sonham em trabalhar na TV e terem a mesma liberdade que tenho. Eu fico feliz e apoio incentivando-os a irem em busca de realizarem seus sonhos”, completa Marcos que fora da TV tem duas paixões como bom taurino: comer e dormir!

Foto: Acervo Pessoal

Nesse período de pandemia Marcos conta que pouco mudou, mas que sente falta de poder andar no ônibus sem máscara. “Pense numa coisa que me incomoda!”, diz Marcos que tem se destacado com suas máscaras, inclusive, as que tem a bandeira acriana.

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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