Em 2004, Djanir Sousa Gonzaga e Cristiane Gonzaga Sousa se conheceram quando as duas trabalhavam em uma grande empresa de call center no bairro do Cabula, em Salvador. Na semana passada, 14 anos depois , Djanir (hoje assistente social de 46 anos) e Cristiane (hoje técnica em edificações de 44 anos) foram um dos nove casais que celebraram a união no primeiro casamento homoafetivo coletivo promovido pelo Ministério Público da Bahia em Salvador.
“Houve uma afinidade que nos uniu a ponto de construirmos uma amizade e confidenciarmos uma a outra as desilusões amorosas que vivíamos com nossos respectivos companheiro/a do momento”, conta Djanir.
Como toda história de amor, o caso de Djanir e Cristiane precisou de tempo para amadurecer. Só em 6 de fevereiro de 2008 – quatro anos após se conhecerem – elas decidiram viajar com amigos para passar o Carnaval em um sítio em Barra do Pojuca, na Bahia.
Na viagem, elas perceberam que além da amizade havia ainda uma afinidade e afetividade. “Daí por diante muitos fatos aconteceram, muitos enfrentamentos, medos e indecisões porém o amor, o companheirismo, a cumplicidade e acima de tudo o respeito que temos uma pela outra se tornou nossos grandes aliados no fortalecimento dessa união contra contra todas as barreiras e preconceitos tão arraigados nessa sociedade patriarcal e lesbofóbica”, conta Djanir.
Juntas há dez anos, Djanir e Cristiane aproveitaram o casamento coletivo para oficializar a união como um ato político de ação afirmativa com a presença das nossas famílias, amigos e principalmente das respectivas mães – Dagmar Reis e Maria da Glória Gonzaga.