Já está disponível para todos o novo single de Carnaval, lançado por Daniela Mercury e Caetano Veloso nesta sexta-feira (24), em plataformas digitais: a canção Proibido o Carnaval.
“Abra a porta desse armário/ Que não tem censura pra me segurar/ Abra a porta desse armário/ Que alegria cura/ Venha me beijar”, dizem os cantores em um dos trechos de Proibido o Carnaval. A música está disponível no Spotify, Deezer e no YouTube
“As coisas estão acontecendo. É uma tentativa de proibir o que não pode ser proibido, o que a gente lutou tanto para libertar”, disse Daniela em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Daniela é uma figura que foi sempre reinventora do fenômeno que é o Carnaval de rua da Bahia. Ela segue em frente, criando coisas. Eu gosto muito de ‘Rainha Má’, mas essa nova é uma canção que tem uma vitalidade propriamente carnavalesca. Ela tem a alma da marchinha de Carnaval, com o poder satírico, mas, ao mesmo tempo, livre da própria sátira que faz. É carnaval, mesmo”, comentou Caetano em entrevista ao jornal. Ele ainda disse que a faixa é mesmo uma “reação, uma resposta à tendência censora dos poderes brasileiros hoje”.
Roteirizado por Daniela, dirigido por Jana Leite e com fotografia de Rodrigo Maia, além de contribuição nos bastidores da empresária e jornalista Malu Verçosa, mulher de Daniela, o clipe de Proibido o Carnaval não tem data de lançamento. Essa não é a primeira vez que Daniela e Caetano gravam um clipe juntos. Em 1992, o clipe de Você não Entende Nada, composição do tropicalista, celebrou o primeiro encontro audiovisual da dupla.
Confira a letra completa
Proibido o Carnaval
Tá proibido o carnaval
Nesse país tropical
Está proibido o carnaval
Nesse país tropical
Tô no meio da rua, tô louca
Tô no meio da rua sem roupa
Tô no meio da rua com água na boca
Vestido de rebeldia
Provocando a fantasia
Tô no meio da rua, tô louca
Tô no meio da rua sem roupa
Tô no meio da rua com água na boca
Vestido de fantasia
Provocando a rebeldia
Minha alma não tem tampinha
Minha alma não tem roupinha
Minha alma não tem caixinha
Minha alma só tem asinha
Minha alma não tem tampinha
Minha alma não tem roupinha
Minha alma não tem caixinha
Minha alma só tem asinha
A mulherada
Comandando a batucada
O trio elétrico cantava
Libertando a multidão
Frevo fervendo
No Galo da Madrugada
Pernambuco não parava
De fazer revolução
Filhos de Gandhy
O afoxé na resistência
O caboclo era soldado
Do brasil na independência
No crocodilo
Stonewall, estou aqui
No carnaval beijando free
Salvador é a nova Grécia
Quilombola, tupinambá
O corpo é meu, ninguém toca
Vatapá, caruru
Iemanjá lá no sul
Vai de rosa ou vai de azul?
Abra a porta desse armário
Que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
Que alegria cura
Venha me beijar
Abra a porta desse armário
Que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
Que alegria cura
Venha me beijar
Está proibido o carnaval
Nesse país tropical
Está proibido o carnaval
Nesse país tropical
Tô no meio da rua, tô louca
Tô no meio da rua sem roupa
Tô no meio da rua com água na boca
Vestido de rebeldia
Provocando a fantasia
Minha alma não tem tampinha
Minha alma não tem roupinha
Minha alma não tem caixinha
Minha alma só tem asinha
Minha alma não tem tampinha
Minha alma não tem roupinha
Minha alma não tem caixinha
Minha alma só tem asinha
A liberdade, a Caetanave, a Tropicália
O povo de Maracangalha
Sai dançando o meu axé
O samba ensina
O samba vence a violência
O samba é a escola de quem ama esse país como ele é
Eu falei faraó e ninguém respondeu
Quem come aqui sou eu, romeu
Libera a libido
Forró em caruaru, é?
Vai de rosa ou vai de azul?
Abra a porta desse armário
Que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
Que alegria cura
Venha me beijar
Abra a porta desse armário
Que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
Que alegria cura
Venha me beijar
Está proibido o carnaval
Nesse país tropical
Está proibido o carnaval
Nesse país tropical
Axé, axé, axé, axé, axé, axé, axé, axé, axé
Ficou safada…