Quando falamos de luta contra o preconceito sabemos que ainda é uma longa estrada a se percorrer. Uma pesquisa global sobre as atitudes da população em geral com relação à comunidade LGBT foi divulgada no dia Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, na última terça-feira (17), mostra que 68% dos mais de 96 mil entrevistados disseram que ficariam incomodados se tivessem um filho gay ou uma filha lésbica. Além disso, 25% afirmavam que ser homossexual deveria ser considerado crime.
A pesquisa é um trabalho da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (Ilga, na sigla em inglês). A organização afirma que este é o maior estudo já realizado sobre o assunto: 96.331 pessoas, de 65 países, responderam a um questionário online de 31 perguntas.
É um resultado chocante e representa exatamente o poder do preconceito no qual a sociedade ainda está pautada. A maioria das pessoas que sofrem essa violência e são mortas por ela é vítima desse machismo ainda arraigado na sociedade, comentou a ativista do Grupo Arco-Ãris, que defende os direitos da comunidade LGBT, Marcelle Esteves.
Mais pessoas responderam o questionário, mas para se ter um universo mínimo confiável, só foram incluídos dados de países onde mais de 700 pessoas responderam à s perguntas. Foram contabilizados, então, 53 países, sendo nove na à frica, 15 na à sia, 15 nas Américas, 12 na Europa e dois na Oceania. Entre os pesquisados, 67% defendem que os direitos humanos devem ser universais, independentemente do gênero ou preferência sexual.
Entretanto, o número é menor quando o assunto em pauta é abordado de forma específica: apenas 53% das pessoas acham que ser gay não deveria ser considerado crime, enquanto 25% acham que deveria. O restante não soube responder. Já 65% dos participantes dizem que não teriam problema algum com um vizinho gay, lésbica ou bissexual. Entretanto, 32% da população mundial acredita que o desejo por pessoas do mesmo sexo é um fenômeno ocidental, um pensamento propagado por conservadores e extremistas religiosos em muitos países, até no Ocidente.
A pergunta que fica é: até quando teremos que lutar contra o preconceito?
*Com informações da Agência Estado