Nos anos de 1980 e 1990, a cena GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), termo que era usado na época para se referir às pessoas LGBTQIAP+, se concentrava em uma região específica na Rua Carlos Gomes, no centro de Salvador.
O período de eferverscência da rua é o tema do documentário “Rua Carlos Gomes: Apogeu e resistência da comunidade LGBTQIA+”, idealizado pelo maquiador e drag, Galdino Neto, com consultoria e pesquisa do ativista Genilson Coutinho. Com duração de 1 hora, a produção audiovisual será exibida no dia 3 de março no perfil do Instagram e no YouTube do site Dois Terços.
Muitos bares e casas noturnas contribuíram com a história do local, entre eles: o Bar Charles Chaplin, Beco da Baiúca, Adê Alô, Boate Is’Kiss, Âncora do Marujo, Artes & Manhas, Boate BRW, Boate Caverna, Bar Cabaré 54, Bar Caras e Bocas, Freedom Music & Bar, Bar Champagne (Bar da Ray) e Bar Pérola Negra.
De todos esses empreendimentos, apenas o Bar Âncora do Marujo sobrevive ainda hoje, com 22 anos de fundação. Seu último parceiro dos velhos tempos, o Bar da Ray fechou as portas em agosto de 2021. ,
Entre os nomes que foram entrevistados para o projeto estão: André Luiz Silva (Bagageryer Spilberg), Dion Santiago, Fabiane Galvão, Sérgio Augusto Duarte Tavares (Lion Schneider), Valécio Santos (Valerie O’rarah), Antônio Fernando (Âncora do Marujo), Livia Ferreira (UNALGBT da Bahia), Antônio Jorge (Boate Is’Kiss) e Genilson Coutinho.
“A vida e a magia dos anos 1980 e 1990 não voltarão, mas não podemos deixar que a nossa história seja esquecida, pois a vida cultural da população LGBTQIA+ também movimentava a economia desta via. A prova de que nós mantínhamos a chama de estabelecimentos não gays é o fato de eles terem sumido junto com a nossa história. Muitos desses estabelecimentos sobreviviam com o pink money”, explica Dino Neto.
Foto: Jorge Lafond e Bagageryer Spilperg na Carlos Gomes/Divulgação