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Bar de lésbicas é alvo do 6º ataque com pedradas em Salvador: ‘Quase mataram os clientes’

Não, infelizmente, essa notícia que você leu no título dessa postagem não é uma notícia velha. Na madrugada desta sexta-feira (27) aconteceu mais um ataque no bar Caras & Bocas, na Rua Carlos Gomes, comandado pelo casal Rosy Silva e Alexsandra Leitte. Três sacos com grandes pedras de gelo foram jogadas no telhado do estabelecimento que estava lotado na hora do fato para a realização da final do concurso Artista Afrobapho, comandado pela artista Malayka SN. O fato foi o sexto ataque desde a inauguração do bar em janeiro.

Os ataques, segundo as proprietárias, partiu novamente do Edf. Santo Amaro, vizinho do bar. “Novamente. A gente com o bar cheio. Quase matam os clientes”, afirmou Rosy que já levou o caso para a polícia. O caso – desde o primeiro ataque – já foi denunciado à 1ª Delegacia (Barris), que, infelizmente, em quatro meses de investigação ainda não apontou uma solução para o caso com a identificação e punição dos culpados. 

O público LGBTQIA+ de Salvador carece de espaços seguros e com opção para o lazer e diversão. Não podemos permitir que um espaço de resistência seja ultrajado de forma violenta e sociopata.  É preciso que as forças policiais tenham celeridade nas investigações para evitar uma tragédia maior. O que está sendo esperado? Que alguém morra? Isso aconteceu por pouco em todas as vezes.

Em contato com o Me Salte, através da assessoria de comunicação da Polícia Civil, a delegada Maria Dail Sá Barreto, responsável pela investigação, informou que já ouviu alguns vizinhos, coletou imagens de câmeras de segurança, mas que a qualidade das imagens é muito baixa. Ela destacou que ainda não foi possível obter resultados a partir delas e que segue investigando para identificar o autor ou atores dos danos ao estabelecimento.

Um dos responsáveis pelo concurso, Alan Costa, usou as redes sociais para desabafar sobre o ataque que atrapalhou a realização do evento. “Desde sua inauguração, o Bar Caras & Bocas vem sofrendo graves ataques que poderiam resultar em vítimas fatais/homicídios. Mais uma vez isso ocorreu, em plena final do nosso concurso, que durante dois meses lotou e alegrou as quinta-feiras no centro de Salvador. Um evento que reúne corpos dissidentes, que interseccionam questões de raça, classe, gêneros e sexualidades. Um bar lotado de gente que aprecia a arte dissidente, que sempre fora marginalizada. Um ataque tão violento que poderia ter matado um de nós… São meses na luta por justiça. Meses sem uma resolução. Meses tentando não ceder à lgbtfobia. Será que vai ser preciso que uma vida seja ceifada para que os criminosos sejam revelados e respondam pelo atentado homicida?”, postou.

A drag queen, Rainha Loulou, que estava no espaço no momento do ataque relatou o que aconteceu. “Dois dos blocos de gelo só causaram um efeito sonoro porque foram atirados na parte frontal do bar que já foi atingida inúmeras vezes mas que já possui um telhado coberto com telhas de zinco, conseguido com muito esforço, pelas proprietárias do bar. O terceiro bloco de gelo foi arremessado no centro do salão que ainda tem cobertura com telhas comuns que não suportou a violência do impacto e atingiu os clientes que ali se encontravam”, escreveu Loulou.

Veja abaixo relato divulgado por Loulou nas redes sociais:

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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