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A noite de alegria pela inauguração do Bar Caras & Bocas no centro de Salvador na noite de ontem (5) foi manchada pela violência fruto do preconceito. O estabelecimento, que funcionou por mais de 10 anos na Praia de Periperi, foi atingido quatro vezes por grandes sacos com pedras de gelo além de pedaços de pedras que foram lançados no telhado durante as apresentações artísticas.
Os ataques aconteceram entre 23h e 1h causando pânico, medo e prejuízos no estabelecimento comandado pelo casal Rosy Silva e Alexsandra Leitte.
O primeiro saco foi lançado no telhado e quebrou parte das telhas e do forro na altura da varanda do local. No momento estavam no espaço a drag queen Malayka SN, o performer Lázaro Drumont e a drag Nágila GoldStar que também é estudante de Direito.
Todos foram atingidos pelos estilhaços das telhas e molhados pela água que estava no saco. As ações foram repetidas outras três vezes atingindo a cozinha e a parte interna do bar. Em todas as ocasiões o teto foi quebrado e pedaços de telhas atingiram as pessoas.
Ninguém ficou ferido com gravidade. O caso foi registrado neste sábado (6) pelas proprietárias na 1° Delegacia (Barris). A suspeita é que as pedradas tenham sido jogadas do edifício Santo Amaro, que fica ao lado do estabelecimento.
” O que aconteceu foi um ataque preconceituoso e homofóbico. O nosso bar foi inaugurado hoje (ontem) mas não é a primeira vez que acontece isso com os bares LGBTs que funcionam aqui. É preconceito. Foi algo premeditado pela quantidade de gelo que foi jogada. A intenção era machucar as pessoas. Tenho todas as licenças e posso funcionar” , explica Rosy.
Os ataques só pararam na noite de ontem depois que uma viatura da Polícia Militar chegou no local. As apresentações artísticas não deixaram de acontecer mas tiveram seu brilho ofuscado pelos ataques a exemplo dos números de Scarlet, Invonely Bergman e Sérgio Prestígio.
O prejuízo também aconteceu pelo fato de muitos clientes irem embora com medo. “Essas pessoas preconceituosas são perigosas. Estou indo embora por medo. Uma pena pois o bar é maravilhoso”, disse um estudante que preferiu não ser identificado.
O Me Salte tentou contato com a pessoa responsável pelo prédio mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.
Veja as fotos que fiz nos momentos dos ataques. Em um desses quase fui atingido:
Um dos lugares mais aconchegantes para a população LGBTQ+ do Subúrbio de Salvador, o bar Caras & Bocas estava fechado desde 2014. Após, 3 anos, o bar voltou a funcionar só que em novo endereço – Rua Carlos Gomes, nº 140 no Centro de Salvador (no lugar da antiga Freedom).
“Vamos isolar as áreas atingidas e vamos continuar abrindo. Não podemos deixar o preconceito vencer”, ressalta Rosy.
O bar foi fundado em outubro de 2002 e funcionou por 12 anos em Periperi. A apresentação do show de reabertura foi feita por Ivanelly Vergman, que já foi musa do estabelecimento. O bar terá ambiente climatizado e a entrada custaR$5.
A casa já abre com programação fixa com shows de artistas transformistas de grande renome na cena de Salvador. As quarta-feiras serão alternadas em todo mês de janeiro com Cabaré das Trans, comandado por Vanusa Alves e Noite das Sapas com Nágila GoldStar.
Todas as quintas de janeiro terá a noite temática Quinta Categoria com Malayka SN. Nas sextas-feiras de janeiro o bar receberá o 4º ano do concurso Garoto Caras&Bocas com apresentação de Bia Mathieu. Aos sábados de janeiro terá a sétima edição do concurso Musa Casas & Bocas, apresentado por Scarleth Sangalo. Os domingos de janeiro ficam por conta de Valerie O’rarah com a noite ‘Domingos da Carlos Gomes’.
14 Comentários
Por que não vão jogar pedras de gelo no Congresso Nacional Aquilo ali precisa de um banho de gelo.
Incrível como ainda existem pessoas que retrocendem
É de fato, uma pena ainda termos que ver e passar por toda essa violência, essa falta de educação, desrespeito e preconceito. Pessoas pequenas e sem sentimento. Não se pode deixar abater e nem baixar a cabeça pra esses atos. Preconceito se trata com educação, temos que mostrar isso sempre.
Absurdo! O Brasil não vai voltar ao século XIX! É preciso respeitar o direito alheio!
embora o bar, na minha opinião, pareça uma espelunca(julgando as fotos) e talvez a defesa Civil e os órgãos responsáveis pela salubridade e higiene do local, precisem dar uma olhada pra ver se há condições disso funcionar como um bar-boate(mesmo depois de reformado), ninguém merece ser vandalizado por qualquer motivo que seja. ainda mais, pessoas que estão gerando renda e emprego.
Elas devem acionar o condomínio Santo Amaro para se responsabilizar pelos danos. Assim haverá uma vigilância por parte dos outros moradores.
Bota uma camera apontada para o predio antes de chamar a policia. Talvez assim nem precise chamar…
Que bar fuleiro . Rs.
Que absurdo! Vandalismo!O que ganham cm isso?A maldade contra a un estabelicimentoe as pessoas que estavam trabalhando e outros se divertindo.Que mal fizeram as pessoas atacadas?Vandalismo+Maldade! Vivam e deixam viver!
Termino cm Meus sinceros votos ao Bar,clientes,e as proprietarias…. SUCESSOS
Conheço Rosy uma pessoa sincera e verdadeira, batalhadora, não merece isso, resistência Rosy, você é muito mais que tudo isso!
Vamos em busca de nossos direitos, temos liberdade para isso, você não esta fazendo absolutamente nada contra a lei.
Representação na justiça, houve dano contra patrimônio particular, o condomínio deverá reparar este dano bem como o dano moral, vamos seguir com as ferramentas jurídicas que temos e conhecemos!
Sou moradora do edificio santo amaro e sou completamente contra a atitude de jogar o que quer que seja. Algo importante a se citar é que as responsaveis pela boate estão se pondo como vítimas, mas não assumem a realidade dos fatos. O que acontece é que os moradores certamente estão incomodados com o barulho que é feito durante toda a madrugada. Independente do gênero da boate, o fato é que o que incomoda é o volume altíssimo sem o mínimo de condicionamento acústico. A av.7 e Carlos gomes, são ambientes residenciais, ainda que nem todos saibam e é onde moram muitos idosos e recém nascidos que indubitavelmente não conseguem dormir com a zuada. Absolutamente não é correto o que fizeram de jogar, me ponho completamente contra, o que deve ser feito é ligar para a sucom, como fiz. Quando eu estava no telefone com a atendente jogaram algo la e outra coisa que não foi mostrada é que um dos responsáveis pelo local tentou invadir o prédio, batendo forte no portão e xingando muito, mesmo não sabendo se realmente foi de la que vieram essas pedras. Enfim, acho bom que sejam vistos todos os pontos de vista e lados nesse caso, e não ser dito o que apenas uma das partes fala. Isso faz da reportagem tendenciosa e sensacionalista. E ao contrário do que foi dito, não foram procurados os moradores do edificio para falar sobre o assunto. Boa tarde e espero que isso seja melhorado.
Reportagem tendenciosa, facilmente identificada pela descrição de quem a escreve.
Não foi homofobia.
Os moradores estavam muito incomodados com a baderna e o volume do bar. É de tirar a paz, independente do público e temática do bar.
Foi totalmente errado o uso de violência contra a propriedade. A atitude correta é chamar a Sucom para apurar os decibéis.
Dimitri, concordo completamente com você e foi o que eu fiz. Eu e outros vizinhos com quem tive contato, mas o que acontece é que a sucom não vem. No sábado ela veio e notificou o estabelecimento por diversas irregularidades.