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Bahia terá atendimento especializado para vítimas de racismo, homofobia e intolerância religiosa

Está em fase de implantação um Núcleo de Atendimento Qualificado à  s Vítimas de Preconceito Racial, Intolerância Religiosa e da População LGBT. O objetivo da instância é criar um atendimento especializado e qualificado para atendimento de pessoas que foram vítimas de racismo, homofobia ou intolerância religiosa. Quando implantado, o núcleo irá acompanhar as investigações das denúncias caso a caso.

Segundo dados do Centro de Referência Nelson Mandela, desde dezembro de 2013, quando foi criado, 74 casos de intolerância religiosa e 177 de racismo foram denunciados. Na Bahia, de janeiro a junho deste ano, mais de 20 LGBTs foram assassinados e no mesmo período o Disque Direitos Humanos, que é gerenciado pelo governo federal, registrou 48 casos com inúmeras violações dos direitos humanos das pessoas LGBTs no estado. Os dados são do Conselho Estadual de Defesa e Promoção dos Direitos da População LGBT.

Para a implantação, um grupo de trabalho (GT) foi formado por representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Eles fizeram a primeira reunião na segunda-feira (12). Nos próximos 30 dias, o grupo irá avaliar o efetivo policial e a estrutura física compatível para a implantação do núcleo.

Além disso, o GT se dedica à   elaboração de um protocolo com procedimentos a serem adotados em relação ao acolhimento, registro das denúncias, investigação dos casos, encaminhamento à   rede de proteção e apoio à  s vítimas de homofobia, racismo e intolerância religiosa. “Estamos criando o protocolo para qualificar o atendimento a essas minorias na perspectiva da cidadania e da dignidade humana, juntamente com os princípios da administração pública, que são a impessoalidade e a moralidade. Já temos um acúmulo de trabalho que servirá de base para a elaboração das estratégias. A gente sabe da necessidade de garantir o suporte à  s vítimas de racismo, intolerância religiosa e homofobia para que esse contexto de violência mude”, explicou o coordenador do grupo de trabalho, o tenente-coronel Jaime Ramalho Neto, antropólogo e mestre em estudos étnicos africanos.

Segundo o tenente-coronel, com a aproximação da polícia com as vítimas será possível identificar o perfil delas para construção de políticas públicas que sejam mais eficientes na prevenção dos casos de violência. Nós já temos muitas informações sobre os casos de violências; muitas delas passadas durante reuniões com movimentos sociais. Mesmo assim, o contato vai nos permitir estudos mais aprofundados para traçar estratégias de redução dos indicadores. Para isso, mais do que os dados quantitativos, são importantes os dados qualitativos, acrescentou.

Para a transexual Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, a qualificação dos atendimentos deve garantir um número real de registro de denúncias, o que deve proporcionar um direcionamento na construção de políticas públicas mais adequadas.

O coordenador executivo da Secretaria Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Antônio Cosme Lima, enfatiza a importância no atendimento especializado. É um absurdo conceber racismo em um estado de 15 milhões de habitantes que tem 75% de pessoas negras. Isso precisa ser combatido cada vez mais. Vejo a construção do protocolo e a instalação do núcleo como passos importantes para futuramente termos uma delegacia especializada, que é demanda da população, diz.

Reunião
O governador Rui Costa se reúne, nesta quarta-feira (14), à  s 15h, na sala de reuniões, na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, com o Conselho Estadual LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), e 19 Associações, com o objetivo de tratar sobre os casos de violência que acometem a população LGBT do Estado da Bahia.

Um grupo de trabalho composto por representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT) já se dedica à   elaboração de um protocolo com procedimentos a serem adotados em relação ao acolhimento, registro das denúncias, investigação dos casos, encaminhamento à   rede de proteção e apoio à  s vítimas de homofobia, racismo e intolerância religiosa. O objetivo final do grupo de trabalho é criar condições para a instalação do Núcleo de Atendimento Qualificado à  s Vítimas de Preconceito Racial, Intolerância Religiosa e da População LGBT.

 

Texto: Da redação do Correio24horas

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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