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Atos em Salvador pedem fim da violência contra pessoas LGBTs; só em 17% dos casos autor é identificado

Têu Nascimento foi tirado de dentro de casa, espancado e morto a tiros no bairro de São Cristóvão. Henrique Assis das Neves, 30 anos, foi morto em um assalto na Praça da Piedade. Leo Moura foi assassinado depois de sair de uma boate no Rio Vermelho. Os casos de Têu, Henrique e Leo engrossam uma estatística criminosa grave contra população LGBTs. Dois atos organizados por grupos ligados à população LGBT mobilizam nesta semana, em Salvador, a luta contra a violência cada vez mais crescente.

Dados do Grupo Gay da Bahia indicam que só este ano 117 pessoas LGBTs já foram assassinadas. Os números deste ano são alarmantes já que 144 pessoas transexuais e travestis mortas no Brasil em 2016 – um aumento de 22% em relação a 2015.

O primeiro ato será na quinta-feira (11) a partir das 8h e sairá da Secretaria da Segurança Pública da Bahia em direção à Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia. “Estamos nos aproximando do dia internacional do combate a LGBTFOBIA, 17 de maio, dia que conquistamos há 27 anos atrás com a saída da homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID)  da Organização Mundial da Saúde. Porém mesmo não sendo mais tratados como doentes, de lá pra cá não deixamos de sermos vitimas do ódio por nossa orientação sexual e de identidade de gênero”, diz a página do evento.

Clique aqui para saber mais sobre o ato da quinta-feira (10)

Outro ato está marcado para a próxima sexta-feira (12) no bairro do Rio Vermelho a partir das 18h com ponto de concentração em frente ao club San Sebastian. “Não dá para ficar de braços cruzados assistindo assassinatos de pessoas LGBTs todos os dias. Vamos para as ruas defender nossos filhxs. Eles são amados desde sempre”, afirma a Inês Silva, coordenadora do grupo Famílias Pela Diversidade que é um dos grupos responsável pela organização do ato.

Clique aqui para saber mais sobre o ato da sexta-feira (11)

Punição?
A evolução no número de mortes de pessoas LGBTs não segue o mesmo ritmo das investigações e punições dos acusados. De acordo com o relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), somente em 17% dos homicídios registrados em 2016 o criminoso foi identificado (60 de 343), e menos de 10% das ocorrências ocasionou a abertura de processo e punição dos assassinos. Os dados foram divulgados em janeiro deste ano.

Dentre os autores identificados, muitos eram conhecidos das vítimas: o companheiro atual (27%), ex-amante (7%) e parentes da vítima (13%). Clientes, profissionais do sexo e desconhecidos em sexo casual foram responsáveis por 47,5% desses crimes. O ano de 2016 bateu recorde de número de ocorrências envolvendo pessoas LGBTs que terminaram em mortes.

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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