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Ator transforma sala de casa em palco e espetáculo ganha temporada de apresentações ao vivo no YouTube

O coronavírus mudou a forma de apreciar as artes no mundo inteiro. Por conta das restrições de interações sociais, os artistas precisaram encontrar formas de se reinventar. E como o momento de isolamento atinge grande parte das pessoas indistintamente, torna-se mais que necessário falar sobre liberdade e afeto.

É com esse objetivo que o ator Vinicius Bustani e a diretora Paula Lice decidiram adaptar o espetáculo Criança ferida ou de como me disseram que eu era gay e fazê-lo acontecer diretamente da sala do ator para a casa das pessoas que estão confinadas via YouTube no projeto intitulado Alive em casa!.

Depois de uma transmissão que alcançou mais de mil pessoas no Facebook, os artistas aproveitaram a celebração do Mês do Orgulho LGBT para lançar uma temporada inteiramente feita online, via streaming. A peça será encenada todos os domingos de junho (7, 14, 21 e 28), sempre às 18h, na página da Criança ferida no YouTube (youtube.com/criancaferida). A contribuição segue sendo voluntária, no esquema “pague quanto quiser”. “As soluções de adaptação meio artesanais e caseiras acabaram dando um toque mais íntimo permitindo um mergulho ainda mais profundo no caráter documental da peça”, diz Vinicius.

E já que o mês é de celebração da diversidade, após cada apresentação, Paula e Vinicius receberão convidados em lives no Instagram para discutir temas relacionados ao universo do espetáculo e ao mundo LGBT. As lives acontecerão logo após as apresentações no Instagram do espetáculo (instagram.com/crianca_ferida), sempre às 19h30.

A ideia do Alive em casa! é levar Teatro para a casa das pessoas, criando possibilidades de arte e entretenimento mesmo em tempos como os atuais em que não é possível “aglomerar”, fazendo valer a máxima “o artista vai aonde o povo está”.

Conheça o espetáculo

Primeiro solo da carreira de Vinicius Bustani, Criança ferida ou de como me disseram que eu era gay tem como tema principal o preconceito homofóbico – já naturalizado nas nossas relações mais íntimas – e suas implicações na vida de um indivíduo desde a infância até a vida adulta. Através de situações cotidianas, que misturam relatos biográficos e ficção, a narrativa evoca momentos e imagens da infância, que marcam o começo da percepção do bullying, que assume que o desejo divergente da heteronormatividade é errado, e versa sobre os tipos de danos que isso causou em Vinicius e pode causar em crianças e adolescentes que começam a aprender sobre si dessa forma.

A peça lança mão do gênero documental para falar sobre o isolamento que se impõe às crianças e adolescentes que não se enquadram nos padrões de comportamento heteronormativos. A ideia é alertar para a necessidade de uma revisão de hábitos, chavões e até boas intenções que acabam por criar gerações de crianças solitárias, confusas, com sensação de isolamento e falta de lugar no mundo.

Criança Ferida ou de como me disseram que eu era gay estreou em Salvador em maio de 2018. Em pouco mais de um ano e meio de trajetória a peça realizou mais de 60 apresentações para um público de mais de quatro mil pessoas na cidade de Salvador. Foram cinco temporadas em teatros da cidade além de 22 apresentações em instituições de ensino e saúde. O espetáculo chegou também à cidade de Belo Horizonte/MG, em setembro de 2019, e Dourados/MS, em novembro do mesmo ano, através de parcerias com a UFMG e UFDG.

Serviço:

Alive em casa! – Criança ferida ou de como me disseram que eu era gay

Quando: todos os DOMINGOS de Junho (7, 14, 21 e 28), sempre às 18h

Onde: Na sala de casa, via YouTube (youtube.com/criancaferida)

Quanto: Contribuição voluntária

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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