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Aos 65 anos, morre Anyky Lima, ativista dos direitos de travestis e transexuais

A ativista dos direitos de travestis e transexuais Anyky Lima morreu, aos 65 anos, nesta quarta-feira (14), em Belo Horizonte (MG). Além de ter sobrevivido a ditadura, a epidemia do HIV nos anos 80/90, a ausência e omissão do estado, a violência e o transfeminicídio, era uma grande defensora dos direitos das pessoas LGBTI+ e lutadora pela cidadania da população de Travestis e demais pessoas trans.

Em nota, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) destacou a importância histórica do trabalho desenolvido por Anyky.

“Sobreviveu as estatísticas e se tornou idosa em um País onde a expectativa de vida de uma travesti ou transexual é de 35 anos. Mas nem ela sabia nos explicar como conseguiu sobreviver tanto tempo depois de ter sido expulsa de casa aos 12 anos.

Atuou como Profissional do sexo até os 50 anos, e era uma ferrenha defensora dos direitos das prostituas. Se constituiu como uma referência para todas as pessoas que atuam junto as trabalhadoras sexuais, acolheu muitas travestis em sua casa e pode proporcionar acolhimento a essas pessoas.

Vó Anyky constituiu uma longa trajetória, incidiu em políticas públicas, contribuiu com pesquisas acadêmicas e para o processo de humanização da população trans brasileira.

Amava o Rio de Janeiro, viajar era uma alegria ao encontrar as companheiras em nossas assembléias e encontros, e a praia sempre foi um grande refúgio para Anyky, que sempre estava a contar causos sobre sua vida e nos lembrar da luta que estamos travando. Era a alegria em pessoa e com ela estávamos sempre sorrindo juntas!!!!

Travesti orgulhosa de si, deixou um legado para as novas gerações e um exemplo de que a luta vale a pena. E que lutar é uma necessidade vital para a constituição de novas formas de ser e existir em uma sociedade tão violenta contra nossos corpos.

Amava a juventude e suas potencialidades. Dava conselhos e nos deixou um vasto material em video de suas entrevistas onde segue eternizada, assim como em nossos corações.

Estamos tristes e consternadas com mais essa perda. Mas seu legado e a referência que se constitui a partir de sua luta nos fortalecerá e fará que sigamos em luto, mas sempre na luta”, afirmou a Antra, em nota.

Jorge Gauthier
Jorge Gauthier
Jornalista, adora Beyoncé e não abre mão de uma boa fechação! mesalte@redebahahia.com.br

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